A performance do coreógrafo Wagner Schwartz, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, foi alvo de protestos após grande repercussão. Durante a apresentação, Schwartz estava nu e permaneceu deitado para que o público pudesse interagir com o seu corpo. O artista fez referência à série Bichos, de Lygia Clark, na qual as esculturas são articuladas e podem ser manipuladas. A polêmica em torno da exibição começou depois da publicação de um vídeo nas redes sociais. Nele, era possível ver uma criança, acompanhada de sua mãe, tocando os pés do coreógrafo.
Para comentar o caso, a Rádio USP conversou com o professor Marcelo Denny, chefe do Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e com Eduardo Tomasevicius Filho, da Faculdade de Direito (FD) da Universidade.
“A nudez tem que ser separada do erotismo”, afirma Denny. Segundo o professor, o que ocorreu na performance “estava longe de ser pedofilia”. Já Tomasevicius, apesar de ser contrário ao contato entre a criança e o artista, explica que, nesse caso, não é crime, pois “não há um tipo penal prevendo uma pena para quem monta uma exposição em que há um homem nu e que crianças tenham acesso”.
Ouça as opiniões dos professores, na íntegra, no áudio acima.