Com laboratórios credenciados a realizar os exames da covid-19, o Hemocentro e o Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP) da USP se preparam para, nos próximos dias, chegar a 1 mil testes diários de detecção da doença.
O anúncio é do professor Rodrigo do Tocantins Calado, da FMRP, e coordenador da Rede USP de Diagnóstico da Covid-19 (Rudic). O professor também é responsável pelos laboratórios de Hematologia e de Análises Clínicas do HC-FMRP e diretor científico do Hemocentro.
Segundo o professor, os testes que até o último 30 de março seguiam para o Instituto Adolpho Lutz, em São Paulo, agora estão liberados da contraprova. Assim, há quase duas semanas, os laboratórios vêm realizando o exame que detecta o material genético do vírus, com resultados liberados em 24 horas.
O trabalho dos laboratórios do HC, da USP e do Hemocentro, colocados à disposição para o combate ao novo coronavírus, auxilia a Secretaria Estadual da Saúde e também a Secretaria Municipal da Saúde a agilizar a divulgação dos resultados, identificando o mais cedo possível as pessoas que estejam com a doença.
Calado explica que essa atuação foi possível graças à infraestrutura tecnológica preexistente no HC e no Hemocentro, tanto de equipamentos quanto de pessoal qualificado. E adianta que os exames que realizam abrangem toda a região de Ribeirão Preto e que os profissionais da USP em Bauru e Pirassununga, que também vão atuar na Rudic em suas regiões, estão sendo treinados no campus USP de Ribeirão.
O consórcio de laboratórios do HC e do Hemocentro de Ribeirão Preto integra a Rede USP de Diagnóstico da Covid-19 (Rudic), que reúne cinco centros da Universidade de São Paulo com infraestrutura e expertise para realização de testes de diagnóstico molecular para a detecção da covid-19 no Estado de São Paulo.
Participam desse esforço concentrado, para ajudar no enfrentamento do novo coronavírus, dois centros da capital, um de Bauru e o outro de Pirassununga. Em Ribeirão Preto, além dos exames diagnósticos, as equipes se preparam para tratar a doença com aproveitamento do plasma sanguíneo de pacientes curados. O projeto já está em andamento, como informa o professor Calado, e a ideia é fazer a profilaxia dos contaminados com os anticorpos existentes no plasma do sangue das pessoas que se curaram da covid-19.
Ouça a entrevista com o professor Rodrigo do Tocantins Calado na íntegra no player acima.
Colaboração: Ferraz Junior