Projeto Map-Pira oferece dados para gestão agrícola e ambiental na região de Piracicaba

Com participação de pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, projeto apresenta dados detalhados sobre a complexidade de solos da região, incluindo imagens de satélite e fotos aéreas

 14/06/2022 - Publicado há 2 anos
Map-Pira traz dados para melhorar gestão agrícola e ambiental na região de Piracicaba – Foto: Gerhard_Waller / Esalq

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O que impacta na qualidade dos solos? Há várias características como teor de areia, argila, mineralogia e carbono, volume de água retido, capacidade de troca de cátions, risco de erosão e grau de degradação das terras. Dados como esses fazem parte do Map-Pira, projeto desenvolvido por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP para melhorar a gestão agrícola e ambiental da região de Piracicaba, em São Paulo, incluindo também os municípios de Rio das Pedras, Iracemápolis, Charqueada, Saltinho, Capivari, Mombuca e Rafard.

O projeto foi apresentado na última quinta-feira, dia 9 de junho, durante um evento on-line da Escola do Legislativo, da Câmara Municipal de Piracicaba. O objetivo foi mostrar como os dados podem ajudar o produtor na definição de zonas de manejo, na agricultura de precisão, na alocação de variedades, no planejamento conservacionista, na irrigação e no planejamento ambiental.

José Alexandre Demattê, professor da Esalq-USP – Foto: Solo Agro

“Quanto maior o conhecimento do solo, maior a possibilidade de aumento da produtividade com qualidade ambiental”, destacou durante a apresentação o professor José Alexandre Demattê, especialista em sensoriamento remoto e mapeamento de solos, do Departamento de Ciência do Solo da Esalq. Nesse sentido, o Map-Pira pode contribuir para o trabalho de agricultores, professores, pesquisadores, alunos, gestores públicos, empresas e indústrias.

Demattê começou o projeto em 1990, a partir da primeira carta de séries de solos do Brasil, desenvolvida em 1966 pelo professor da Esalq Guido Ranzani, e da carta do Instituto Agronômico de Campinas, uma das primeiras de nível semidetalhado do Brasil. Com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o apoio de instituições de vários municípios, foi possível colocar o Map-Pira em prática e hoje ele fornece dados detalhados por meio do primeiro mapa pedológico digital em área com significativa dimensão e com alta complexidade de solos. Todas as informações estão disponíveis gratuitamente para o público na internet.

De acordo com o professor, o sistema é resultado do cruzamento de várias metodologias desenvolvidas ao longo de 27 anos de pesquisa. O banco de dados está organizado por camadas de informação e cada camada tem a informação do produto-chave (por exemplo, teor de matéria orgânica), e em seguida, os dados georreferenciados que podem ser baixados. “Se você não tem a informação do solo como um todo, as decisões passam a ser muito empíricas e o grau de assertividade diminui”, explicou Demattê.
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Tela com dados do Map-Pira da região de Piracicaba – Foto: Reprodução / Map-Pira

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Os dados permitem, por exemplo, saber quais são os solos em Piracicaba e região com potencial de alta produtividade ou com maior capacidade de reter nutrientes para plantação. “Esses mapas também ajudam os gestores de políticas públicas a saber o potencial da região inteira: onde se produz mais ou menos, em qual solo o produtor precisa de mais apoio”, disse o professor.

Durante o evento de apresentação, a pesquisadora Merilyn Amorim, também do Departamento de Ciência do Solo da Esalq, explicou o passo a passo para acessar os dados do Map-Pira, por meio deste link.

Clique no player abaixo e confira a apresentação do Map-Pira: Dados disponibilizados gratuitamente para o setor agrícola do município e região:
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Para acessar o banco de dados do Map-Pira clique aqui.

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Com informações de Ricardo Vasques / Câmara Municipal de Piracicaba
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