Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto abre vagas para atendimento gratuito de bebês especiais

Bebês com necessidades especiais que possuem de 0 a 2 anos podem receber atendimento na USP para a manutenção da saúde bucal

 06/05/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 10/05/2022 as 8:47
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Clínica de Pacientes Especiais – Foto: Divulgação/Forp
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A preocupação com a saúde odontológica nem sempre é uma prioridade quando uma criança possui necessidades especiais. Os cuidados com a cavidade oral, entretanto, não devem ser negligenciados, levando em consideração que isso pode gerar ou agravar outros problemas de saúde. De acordo com a Academia Americana de Odontopediatria, a prestação de serviços dentários a pacientes especiais exige conhecimentos especializados, sensibilidade e atenção com os pacientes, além de instalações adequadas.

Nesse sentido, a professora do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP, Alexandra Mussolino de Queiroz, especialista em Odontopediatria, está recrutando bebês de 0 a 2 anos portadores de necessidades especiais para atendimento gratuito e, com isso, promover a saúde bucal. 

Professora Alexandra Mussolino de Queiroz, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, que coordena o atendimento a bebês especiais

Além do acompanhamento e instrução ampla de higiene bucal, com orientação à família, desde como escovar os dentes até qual o melhor tipo de escova dental, o atendimento também visa à formação de profissionais para o atendimento desse público. Para participar os pais ou responsáveis dos bebês devem entrar em contato pelo telefone (16) 3315-4021.

Cuidados já na primeira infância

Para a professora, é importante que os cuidados com a saúde bucal das crianças tenham início na primeira infância, principalmente naquelas portadoras de necessidades especiais. “Ao abrir vagas para esse público, a nossa intenção é promover a saúde bucal nesses bebês para que eles atinjam a adolescência e a vida adulta, ou sem, ou com o mínimo de doenças bucais.”

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no Brasil quase 46 milhões de pessoas, cerca de 24% da população, que declaram ter algum grau de dificuldade em pelo menos uma das habilidades investigadas (enxergar, ouvir, caminhar ou subir degraus) ou possuir alguma deficiência mental/intelectual.

Na odontologia, pacientes especiais incluem mais do que pessoas com deficiências físicas e mentais. A professora Alexandra explica que essa categoria abrange também deficiências sensoriais, pacientes com síndromes genéticas – síndrome de Down, síndrome de Edwards, etc. -, pacientes com doenças raras, crianças autistas, pessoas com paralisia cerebral, pessoas com cardiopatias congênitas, pacientes renais crônicos, pessoas em estado de vulnerabilidade social, como refugiados, por exemplo, e até gestantes.

Em geral, os pacientes especiais precisam de um atendimento mais direcionado em todos os sentidos. “A alimentação dessas crianças costuma ser mais pastosa e rica em açúcares, além de muitos fazerem o uso de chupetas e mamadeiras, que contribuem para aumentar a prevalência de maloclusões dentárias, quando a mordida não ‘encaixa’. Esses fatores, somados à falta de higienização adequada, fazem com que a incidência de doenças odontológicas em crianças especiais seja maior.”

Clínica de Pacientes Especiais 

O Centro de Formação de Recursos Humanos Especializados no Atendimento Odontológico a Pacientes Especiais (Caope) da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP, implantada nos anos 2000, faz atendimentos odontológicos com procedimentos educativos e preventivos, restaurações dentais, próteses, cirurgias, acupuntura etc.

Com os atendimentos voltados a pessoas com pouca condição socioeconômica, os serviços incluem tanto o atendimento odontológico em si quanto o amparo psicológico, preocupação fundamental na promoção da saúde.

Além disso, o Caoape, se incumbe de formar alunos da graduação, pós-graduação e cirurgiões-dentistas com o objetivo de atuarem como multiplicadores desse conhecimento odontológico tanto para clínicas particulares como para os serviços públicos. 


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