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Durante um tempo, a modalidade Airbnb parecia ser uma solução barata e prática de locação, mas a realidade vem se mostrando bem mais complexa, como admite a professora Raquel Rolnik, que diz que o Airbnb acabou virando um enorme e lucrativo negócio. O problema, segundo a colunista, é que essa prática, embora seja uma alternativa, acabou por transformar completamente os mercados residenciais das cidades, “em geral de uma forma bastante negativa”. Hoje se vive uma “verdadeira luta das cidades contra o Airbnb”, que foi proibido em Nova York.

A colunista entende que as transformações nos mercados residenciais dos aluguéis são um dos efeitos mais perversos provocados pelo Airbnb. Cada vez mais a propriedade de Airbnb é concentrada em poucas mãos. Há fundos imobiliários que são donos dele, “mas que vão usando o espaço construído não para a vida comunitária, para a existência das pessoas, mas para poder extrair essas rendas cada vez maiores e que vão diminuindo a capacidade dos bairros das cidades de continuarem tendo vida, além de evidentemente é um negócio que não paga imposto”.

Para Raquel Rolnik é absolutamente necessário se pensar em uma regulação e ela diz que várias cidades ao redor do mundo já estão fazendo isso, “e nós, aqui no Brasil, estamos demorando para conseguir nos acordar para mostrar isso e mostrar esses efeitos, pensando sobretudo que aparentemente ela (essa nova forma de locação) é interessante […] mas não pode ser só a lógica de oferta e demanda, porque isso acaba também tendo efeitos perversos sobre a própria cidade e, ao ter esses efeitos perversos sobre a própria cidade, é absolutamente necessário que a gente pense em alternativas e regulação para isso que está destruindo mercados residenciais nas nossas cidades”.

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