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O VAR (Árbitro Assistente de Vídeo) foi uma grande mudança tecnológica introduzida para minimizar os erros da arbitragem numa partida de futebol. O que se pergunta, porém, é se o sistema é plenamente confiável. Em sua análise do VAR, o professor Bruno Bedo se vale de estudos realizados em campos de futebol europeus para registrar que houve uma redução no número de impedimentos, faltas e cartões amarelos. Como nem tudo são flores, contudo, observou-se um aumento do tempo adicionado ao primeiro tempo e à partida completa, embora não no segundo tempo das partidas.

Segundo o colunista, é comum lidar com erros de medida. Os GPSs esportivos são os que apresentam os maiores problemas de medida, com erros que podem chegar a mais de 50 centímetros, tornando-os inviáveis para diversas análises. Já os sistemas de posicionamento local, que utilizam antenas instaladas nos estádios, são os que possuem medidas mais precisas, com erros em torno de 10 centímetros. Diz Bedo que o sistema de vídeo, quando utilizado com procedimentos rigorosos de posicionamento de câmeras, resolução de imagem, detecção correta do jogador, calibração e reconstrução bidimensional de alta qualidade, pode apresentar erros em torno de 30 centímetros.

Isso posto, Bedo afirma ser fundamental identificar a margem de erro do VAR. Por meio de exemplos de coletas validadas por um sistema tridimensional, seria possível, segundo ele, determinar, em média, quantos centímetros o VAR pode errar. Com essa margem de erro estabelecida, situações durante as partidas, em que a medida identificada pelo VAR esteja dentro dessa margem, poderiam ser consideradas casos em que não se pode afirmar com certeza se um jogador está em impedimento ou não. “E, nesses casos, vale levar em consideração a opinião do árbitro que está em campo, do bandeirinha, ou a do VAR, então isso precisa ser discutido. De modo geral, o VAR  é confiável em algumas situações, mas, nessas situações de pequenas diferenças especificamente, é necessário ter cautela na tomada de decisão, visto que não é levada em consideração essa margem de erro”, conclui Bedo.

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