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A professora Giselle Beiguelman participou, em São Luís, do AI Summit, um evento internacional vinculado aos debates em torno do contexto do G20. A inteligência artificial, diz a colunista, é uma das principais prioridades da presidência brasileira no G20, e o evento do último dia 10 discutiu desde questões relacionadas  à governança global até impactos culturais da inteligência artificial generativa. “Nosso tema foi o impacto da inteligência artificial na internet. A inteligência artificial está se disseminando em grande escala, e muito rapidamente, por meio da Web, e isso é patente nos sistemas de recomendação, no uso cada vez mais intenso de chatbots, como o ChatGPT, e esse conjunto de novidades transforma o nosso uso das redes e as formas pelas quais nós estamos sendo cada vez mais usados por essas redes. Um dos indicadores desse processo são os novos programas de busca e navegação como o Arc Browser e o Perplexity.”

Ela esclarece que, à diferença dos motores de busca tradicionais, que apresentam uma lista de links para que o usuário navegue, esses programas usam inteligência artificial para compreender a pergunta e gerar uma resposta que integra informações de diversas fontes em vez de nos redirecionar para outros sites. “Por um lado, isso agiliza muito as pesquisas, mas também nos transforma cada vez mais em consumidores de informação editada previamente por inteligências artificiais, reduzindo o incentivo para que nós visitemos os sites originais e restringindo as informações aos parâmetros usados para treinar os seus modelos, o que pode implicar reforços a pontos de vista hegemônicos e a naturalização de seus dados enviesados. Um ponto importante dessa discussão é a questão do racismo algorítmico e a necessidade de diversificar os datasets para qualificar esses novos recursos e capacitá-los não só para a otimização de resultados, mas também para colaborar com o fomento à diversidade e pluralidade das formas de conhecimento”, conclui Giselle.

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