A osteoporose é uma condição metabólica do osso e é caracterizada pela redução da renovação do metabolismo ósseo. Segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), cerca de 10 milhões de pessoas têm a doença. Além disso, estima-se que 33% das mulheres brasileiras com mais de 50 anos têm a patologia.
O osso é composto de um grupo de células, que são responsáveis por remover as células mais envelhecidas e renovar com mais jovens. Com isso, o osso mantém a sua qualidade de constituição. Quando a pessoa envelhece, essa renovação passa a ser mais lenta, e pode demorar cerca de dez anos para ocorrer.
Diagnóstico
O diagnóstico da osteoporose é feito através da densitometria óssea, um exame que mede a densidade de osso. Além disso, exames de sangue podem avaliar a estrutura óssea do paciente, com substâncias presentes no osso, como cálcio, fósforo e fosfato. “Fatores como a idade e mulheres na menopausa são indicadores de osteoporose”, segundo o professor Paulo Sérgio da Silva Santos, da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, no Momento Odontologia desta semana.
De acordo com Santos, “não existe algo clínico capaz de avaliar a osteoporose na boca”. Nestes casos, exames de imagem, como a radiografia, podem identificar uma alteração e mostrar a qualidade do osso, que pode ter relação com a doença. A partir disso, o profissional de saúde pode pedir a realização de exames complementares para diagnosticar a doença.
A osteoporose e a odontologia
A condição quase sempre está ligada a partes do corpo como braços e pernas, mas também pode atingir a estrutura óssea da boca e é preciso ter atenção quando isso ocorre, já que a doença pode prejudicar alguns procedimentos feitos na cavidade bucal do paciente, como conta o professor.
Na área de implantes, a osteoporose “é uma grande preocupação”, conta o professor, já que faz parte dos protocolos de planejamento dos implantes “a realização de exames de imagens para avaliar a qualidade do osso”. Outra preocupação é na área de cirurgia, onde é preciso fazer recortes nos ossos da face e isso exige uma avaliação para, além de ver a qualidade do osso do paciente, “ter uma segurança maior em qualquer procedimento feito”.
A área da ortodontia também precisa de uma atenção especial, principalmente em mulheres na menopausa e adultos acima de 50 anos que queiram fazer uma reabilitação na cavidade bucal, e a “avaliação exige mais critério em relação à osteoporose, para ver as forças de movimentação dentária”, explica o professor.
Tratamento
Como a osteoporose pode ter diferentes causas, é indispensável identificar o que provocou a condição antes de propor o tratamento, que tem o objetivo de evitar fraturas, diminuir a dor – quando existe – e manter a função dos dentes.
Durante o tratamento, segundo o professor, “o que o dentista faz é identificar a qualidade do osso e fazer os exames complementares para identificar o grau de osteoporose” e, a partir disso, planejar o tratamento”. O cirurgião-dentista deve ter cuidados com a força do osso, que está mais fraco devido à patologia.
Cuidados com a saúde bucal
Se um indivíduo tem osteoporose, é preciso se preocupar em ter uma oclusão adequada, evitar perder dentes e procurar um bom profissional. “A qualidade da higiene bucal tem que ser impecável”, alerta Santos. A má higiene oral pode resultar em doenças mais graves para o paciente.
É preciso atentar, também, para a osteonecrose dos maxilares, associada aos medicamentos, “doença que pode causar um enorme desconforto ao paciente”, já que há uma exposição do osso do rosto, o que pode levar à sua necrose, comprometendo a qualidade de vida.
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