Mais conselheiros relatam agressões de manifestantes

Mais professores relataram agressões sofridas no dia 7/3, quando um grupo de manifestantes tentou impedir a realização da sessão do Conselho Universitário

 20/03/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 25/05/2017 as 15:32
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Manifestantes durante a Reunião do Conselho Universitário. Foto: Cecília Bastos/USP Imagem
Os conselheiros tiveram de ser escoltados pela Polícia Militar para entrar no prédio da Reitoria

Mais professores da Universidade, membros do Conselho Universitário, relataram agressões sofridas no dia 7 de março, quando um grupo de cerca de 200 manifestantes tentou impedir, de forma violenta, a realização da sessão do órgão colegiado máximo da Universidade.

A entrada dos conselheiros foi bloqueada e professores foram agredidos. A sessão só foi realizada após a intervenção da Polícia Militar. No dia 13 de março, a Sala de Imprensa já havia divulgado o testemunho de três conselheiros sobre essas agressões.

Nessa reunião, foram discutidos e aprovados os Parâmetros de Sustentabilidade Econômico-Financeira da USP.

A seguir, leia os depoimentos.

Germano Tremiliosi Filho, diretor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC)

“Fui convocado para participar da reunião do Conselho Universitário e, como diretor, tenho por obrigação atender a essa convocação. Ao chegar ao prédio da Reitoria, com outros colegas conselheiros, permanecemos agrupados. De imediato, fomos cercados por um cordão de manifestantes que, liderados por um ex-funcionário da USP portando um megafone, provocava os dirigentes e tentava nos induzir a boicotar a reunião. O grande número de manifestantes frente à pequena minoria de conselheiros se constituiu em um ambiente altamente constrangedor e violentamente intimidador.

Em uma das tentativas de adentrar o prédio, alguns dos conselheiros ficaram receosos em avançar até a entrada, uma vez que lá os manifestantes formavam um bloco humano em frente à portaria principal.

Três desses conselheiros, entre os quais me incluo, tentamos passar por esse bloco. Entretanto, à medida que avançávamos pela multidão, fomos assediados e agredidos. Fomos cercados e execrados com palavras ofensivas e de baixo teor moral. Fui chamado até de assassino.

Lentamente, conseguimos, com muita paciência e tolerância, sair do cerco dos manifestantes. Armado com uma boa dose de determinação pela importância do assunto a ser discutido, além da coragem demandada pela situação de ter que enfrentar uma multidão não animosa, fiquei nas imediações esperando uma oportunidade para entrar.

Devido ao aumento da agressividade dos manifestantes, a força policial teve de agir para garantir a integridade física dos conselheiros que, cada vez mais, eram provocados, ofendidos e verbalmente agredidos. A intervenção da força policial foi fundamental para que os conselheiros tivessem a oportunidade de realizar a função para a qual foram convocados”.

Dante Pinheiro Martinelli, diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP)

“Ao tentar nos aproximar do prédio da Reitoria, fomos repudiados e xingados pelos manifestantes. Ofenderam até nossas famílias! Fomos empurrados e enxotados por uma corrente dupla, que não nos deixava nem nos aproximar do local. O interessante é que, entre esses manifestantes, poucos eram alunos ou servidores de nossa Universidade. A grande maioria deles era totalmente estranha ao ambiente uspiano.

Nosso ingresso só foi possível depois da ação da Polícia Militar para dispersar os manifestantes. Mesmo assim, tivemos de ser conduzidos de carro pela Guarda Universitária até o portão de entrada.

É lamentável que um grupo de manifestantes tenha tentado impedir, com violência e agressões físicas, morais e de toda a sorte, a realização da reunião. A sessão ocorreu depois de muito atraso, estresse e desgaste para todos os lados, denegrindo a imagem de nossa Universidade”.

(Foto: Cecília Bastos / USP Imagens)


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