Conselho Universitário concede título de emérito a José Goldemberg

O Colegiado também reconheceu o papel do vice-reitor Hélio Lourenço de Oliveira em defesa da autonomia universitária

 04/10/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 15/09/2017 as 11:17
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 Goldemberg foi reitor da USP no período de 1986 a 1990
Goldemberg foi reitor da USP no período de 1986 a 1990

O Conselho Universitário aprovou, em sessão realizada no dia 4 de outubro, a outorga do título de professor emérito ao presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), José Goldemberg.

A honraria é concedida a professores aposentados que se distinguiram por atividades didáticas e de pesquisa ou que tenham contribuído, de modo notável, para o progresso da Universidade. Este será o 17º título de professor emérito concedido pela Universidade.

Goldemberg é doutor em ciências físicas e professor emérito do Instituto de Física (IF) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE).

Um dos maiores especialistas em energia no mundo, Goldemberg é conhecido defensor do uso de novas tecnologias para promover o desenvolvimento sustentável e detentor de vários prêmios internacionais na área.

Reitor da USP entre 1986 e 1990, foi presidente da Companhia Energética de São Paulo e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, ministro da Educação, secretário do Meio Ambiente da Presidência da República e secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, entre outros cargos. Desde fevereiro de 2014, ocupa como membro efetivo a cadeira nº 25 da Academia Paulista de Letras (APL).

Reconhecimento

Prof Dr Helio Lourenço de Oliveira
Hélio Lourenço de Oliveira

O Colegiado também aprovou o reconhecimento do papel do vice-reitor da Universidade, Hélio Lourenço de Oliveira, em defesa da autonomia universitária e no processo de reforma universitária, e deliberou pela colocação do quadro do professor na Galeria de Reitores, localizada no prédio da Reitoria.

O requerimento foi apresentado pela Comissão da Verdade da USP, com base no histórico do professor, que criou o Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP).

Oliveira foi eleito vice-reitor em outubro de 1968 e, em seguida, tornou-se reitor em exercício quando o então reitor Luís Antonio da Gama e Silva se afastou do cargo para assumir o Ministério da Justiça. Liderou o processo de reforma do Estatuto, com a extinção das cátedras e a criação dos departamentos.

Em abril de 1969, Oliveira foi aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional nº 5, juntamente com mais 23 professores da Universidade.

Foi forçado a se exilar do país no final da década de 1960. Nesse período, até 1972, trabalhou em Alexandria, no Egito, como conselheiro da Organização Mundial de Saúde. Em julho de 1980, foi reintegrado à USP. Em 1983, foi eleito diretor da FMRP. Faleceu em 14 de março de 1985, em Ribeirão Preto.

A importância do legado de Oliveira foi objeto do livro “USP 1968-1969”, editado pela Edusp e organizado por Lólio Lourenço de Oliveira, Antonio Candido e Alberto Carvalho da Silva.

Revisão do orçamento e PIDV

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Na mesma sessão, foram apresentadas informações sobre o PIDV

O presidente da Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) e diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), Adalberto Américo Fischmann, apresentou a segunda revisão orçamentária referente aos primeiros oito meses do ano.

Segundo Fischmann, a USP deverá receber R$ 360 milhões a menos nos repasses do Governo do Estado em relação à projeção orçamentária inicial da Universidade.

Como resultado disso, a Universidade deverá encerrar o ano de 2016 com deficit de R$ 659,9 milhões, R$ 116 milhões a mais do que o previsto no orçamento da Universidade, aprovado em dezembro do ano passado.

O dirigente destacou que, em função das medidas adotadas pela Reitoria para o reequilíbrio financeiro da Universidade, em comparação a 2013, em termos reais, as despesas com custeio e investimento tiveram queda de 48,2% e, em relação à folha de pagamento, essa economia foi de cerca de 12,7%. Nesse mesmo período, a receita do Tesouro do Estado teve redução de 17%.

Na mesma sessão, o coordenador da Administração Geral (Codage), Marcelo Dottori, apresentou aos conselheiros informações sobre a segunda edição do Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV). Segundo ele, dos 397 servidores que tiveram suas inscrições preliminarmente deferidas no Programa, 160 são de funções de nível básico, 132 de nível técnico e 105 de nível superior. Nesta nova etapa do programa, serão investidos recursos da ordem de R$ 118 milhões.

Reformulação curricular

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O curso de Economia Empresarial e Controladoria da FEARP passa a oferecer duas novas habilitações

Em outra deliberação, o Colegiado aprovou a reformulação curricular do curso de graduação em Economia Empresarial e Controladoria, oferecido pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP).

Com as mudanças, as habilitações em Economia e Contabilidade do curso passam a ser organizadas com supressão das ênfases voltadas para áreas de Finanças, Negócios Internacionais e Políticas Públicas e substituídas por um conjunto mais flexível de disciplinas.

O curso é dividido em duas etapas. A primeira é o Núcleo de Formação Comum ou Ciclo de Formação Básica e que corresponde aos seis primeiros semestres do curso. A partir do sexto semestre, com a reformulação, o aluno deverá fazer a escolha da habilitação em Contabilidade ou Economia. As alterações do curso Economia Empresarial e Controladoria valerão a partir do ano letivo de 2017.

O Conselho Universitário também elegeu o professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Sérgio França Adorno de Abreu, como novo integrante do Conselho Deliberativo do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP.

(Fotos: Cecília Bastos, Arquivo Documentação Científica da FMRP, Adriana Cruz e Marcos Santos)


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