“Em tempos de polarização, de muita opinião e pouca análise, debater os temas energia e ambiente com equilíbrio e informação é o desafio que, conjuntamente com o professor Tércio Ambrizzi (novo vice-diretor) e toda a comunidade do instituto, decidimos enfrentar.” Assim, o novo diretor do Instituto de Energia e Ambiente (IEE), Roberto Zilles, definiu uma das principais missões de sua gestão nos próximos quatro anos.
A cerimônia de posse de Zilles e Ambrizzi foi realizada no dia 25 de novembro, no auditório do IEE, em São Paulo, e contou com a presença de dirigentes da Universidade, além de professores, alunos e servidores técnicos e administrativos. Também participaram do evento dois ex-reitores da USP que são professores seniores do instituto, José Goldemberg e Adolpho José Melfi.
Em seu discurso, o novo diretor contou um pouco da trajetória do IEE, que foi criado em 1902 como um laboratório para as aulas práticas dos cursos de Engenharia da Escola Politécnica (Poli). Em 1986, tornou-se um Instituto Especializado da USP, quando passou a ser denominado como Instituto de Eletrotécnica e Energia. “Desde 2011, o IEE assiste a um processo de forte reestruturação que afeta, por um lado, o campo científico de atuação e, por outro, sua organização interna”, afirmou.
Em 2013, como resultado dessa reestruturação acadêmica e científica, o IEE alterou seu nome para Instituto de Energia e Ambiente e aprovou um novo organograma, com o estabelecimento de uma Comissão de Pós-Graduação própria. “Essas mudanças trouxeram um elevado grau de novidade, o que coloca a USP, nesses dois campos do conhecimento, em consonância com as mais modernas universidades do mundo”, destacou Zilles.
“Nesse sentido, outro importante desafio será o de fortalecer o IEE como instituto de integração de especialidades em pesquisas interdisciplinares”, acrescentou.
O reitor da USP, Vahan Agopyan, falou sobre o papel e o perfil dos institutos especializados da USP. Atualmente, a Universidade dispõe de mais quatro institutos e centros especializados: Instituto de Estudos Avançados (IEA), Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), Centro de Biologia Marinha (Cebimar) e Instituto de Estudos Brasileiros (IEB).
“Cada um tem visão e áreas de atuação muito distintas. O IEE é um grande instituto, em tamanho e em excelência, e voltado para o relacionamento com o meio externo, com forte atividade de prestação de serviços. O grande desafio da nova gestão é redefinir e aprimorar as atividades, pois o instituto já está inserido nas políticas e nas diretrizes da Universidade”, afirmou.
Quem são
Roberto Zilles possui graduação em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mestrado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), doutorado em Engenharia de Telecomunicações na área de Sistemas Fotovoltaicos pela Universidade Politécnica de Madri, na Espanha, e Livre-Docência na especialidade Energias Renováveis pela USP.
É professor titular e chefe da Divisão Científica de Planejamento, Análise e Desenvolvimento Energético do IEE. Tem experiência na área de engenharia elétrica, com ênfase em sistemas fotovoltaicos, atuando principalmente nos seguintes temas: sistemas fotovoltaicos, eletrificação rural, sistemas fotovoltaicos domiciliares, sistemas fotovoltaicos de bombeamento, geração distribuída e sistemas fotovoltaicos conectados à rede.
Tércio Ambrizzi concluiu o doutorado em Meteorologia pela Universidade de Reading, na Inglaterra. Foi diretor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP no período de 2009 a 2013. É professor titular do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG. Atua na área de Ciências Atmosféricas, com ênfase em Meteorologia Dinâmica, Modelagem Numérica da Atmosfera e Climatologia.
Foi o autor principal de um dos relatórios sobre mudanças climáticas regionais, encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe). Também revisou o Relatório de Impactos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) em 2007 e 2013. É coordenador do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Mudanças Climáticas da USP (Interdisciplinary Climate Investigation Center – Incline) e superintendente de Gestão Ambiental da Universidade.