No dia 20 de abril, foi realizada a cerimônia de lançamento oficial das atividades do Centro de Inovação da USP Complexo São Carlos (InovaUSP/SC). O evento foi realizado no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) “Antonio Adolpho Lobbe”, em São Carlos, e reuniu dirigentes da Universidade e lideranças do ecossistema científico, de inovação e do cenário político da cidade e da região.
Dentre eles, estavam representantes do Governo do Estado de São Paulo, da Prefeitura de São Carlos, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), do Senai, dos Institutos Senai de Inovação, da empresa Tecumseh do Brasil e do Núcleo de Empreendedorismo da USP (NEU).
O coordenador do InovaUSP/SC e professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), Tito José Bonagamba, fez a abertura do evento com uma apresentação sobre a história da implantação do campus, sobre a presença e os impactos da Universidade no desenvolvimento socioeconômico da cidade e sobre o quanto a USP pode contribuir ainda mais para a inovação da região a partir do Inova SC e do que já é desenvolvido nos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids), Institutos Nacionais de Ciência (INCT) e núcleos da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) que atuam em São Carlos.
Um dos pontos ressaltados por Bonagamba, no que se refere às principais linhas de atuação do InovaUSP/SC, é sua integração às comunidades envolvidas com inovação ou que necessitem dela – acadêmica, governamental, empresarial, industrial e agentes de fomento. O coordenador citou como exemplo a participação do Centro de Inovação na Frente Parlamentar do Empreendedorismo da Assembleia Legislativa, que tem como primeiro resultado a contribuição para a redação da Carta pelo Empreendedorismo ao Governo de São Paulo.
O pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Paulo Nussenzveig, ressaltou que a inovação é um dos “princípios e pilares da gestão” e que “não poderia ser mais emblemática uma inauguração de uma estrutura da USP em um local fora da Universidade, reunindo autoridades governamentais, empresários e o setor acadêmico. Temos aprendido muito sobre inovação, que esse é um processo que se faz ombro a ombro. Temos que trabalhar juntos. Essa concepção é crucial para a Universidade do século 21”.
Nussenzveig destacou que o lançamento do Centro de Inovação em São Carlos, que será instalado no campus 2, se junta a uma estrutura já existente na Universidade voltada para a inovação e ligada à Pró-Reitoria, com unidades do InovaUSP em São Paulo e em Ribeirão Preto, além da Agência USP de Inovação (Auspin).
Aproximação e parceria
Para o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior, a indústria tem papel fundamental no processo de inovação. “Por muito tempo, eu ouvi dizer que a indústria não faz inovação no Brasil, não tem parque tecnológico, não emprega doutores. Essa é uma noção errada do mundo. As indústrias brasileiras têm buscado se aproximar das universidades. Estamos certos na nossa política ao decidir fazer essa aproximação. Estamos buscando cada vez mais essas parcerias”, afirmou.
Carlotti mencionou os esforços que têm sido feitos para fomentar a inovação na Universidade e citou como exemplo a implantação de um distrito de inovação, que deverá ocupar o prédio originalmente projetado para abrigar o Centro de Convenções, na Cidade Universitária, em São Paulo. A ideia é conectar empresas, startups e pesquisadores em um único local, oferecendo o melhor ambiente para o desenvolvimento e incorporação de inovação.
O reitor citou também a parceria da USP com o Senai e as empresas Shell Brasil, Raízen e Hytron para a produção de hidrogênio renovável a partir do etanol. A parceria tem como foco a construção de duas plantas dedicadas à tecnologia de produção de hidrogênio a partir do etanol, uma com capacidade para produzir 5 kg/h de hidrogênio e a outra, quase 10 vezes maior, com capacidade de 44,5 kg/h.
O acordo também prevê a construção de uma estação de abastecimento veicular para os ônibus que circulam pela Cidade Universitária. Com início da operação previsto para 2023, a estação será um dos primeiros postos de hidrogênio do mundo.