O mestre apresenta sua última audição pública

Aos 85 anos, o professor José Eduardo Martins segue em harmonia. E todos vão continuar ouvindo a infinitude de seu legado

 21/07/2023 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 25/07/2023 às 16:52
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Arte: Gabriela Varão

O pianista e professor da USP José Eduardo Martins – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

É uma harmonia que deixa saudade. Mas, quando as mãos dos pianistas e músicos formados pelo professor José Eduardo Martins, do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, tocam ou regem as orquestras do Brasil e do mundo, é possível perceber a infinitude de seu legado. 

O professor, aos 85 anos, decidiu que é tempo de finalizar os incontáveis concertos que marcam a sua história. Deixar no coração de todos, as mãos ágeis e sensíveis interpretando, entre dezenas de clássicos, Francisco de Lacerda, referência da música portuguesa, os Doze Estudos Para Piano, obra-prima de Claude Debussy, além da Sonata em Mi Maior para Violino e Piano, opus 36, do compositor e pianista carioca Henrique Oswald. E também o compositor e professor da USP Gilberto Mendes (1922-2016), um santista que dedicou 30 de suas músicas para José Eduardo Martins.

O pianista se despediu do público europeu em concertos pontuais realizados neste primeiro semestre em Gand, na Bélgica, e em Lisboa, Portugal.  Para encerrar as audições públicas no Brasil, o pianista irá se apresentar na cidade de Santos, no dia 31 de agosto, na Pinacoteca Benedito Calixto. “Na programação lembrarei dois mestres da composição lá nascidos, o saudoso Almeida Prado, que neste ano completaria 80 anos, e Gilberto Mendes. Depois interpretarei criações de Fernando Lopes-Graça, um dos maiores compositores de Portugal, quiçá o mais significativo da sua história. Tive o privilégio de privar da sua amizade. Franz Liszt e Claude Debussy completarão o programa. Escolhi esse espaço porque lá me apresentei muitas vezes, sempre com a presença de Gilberto Mendes e sua esposa Eliane.”

O professor e pianista José Eduardo Martins recebeu o Jornal da USP para falar sobre os muitos sonhos que estão em seu horizonte. Leia os trechos dessa conversa. Importante também lembrar que está presente em seu blog, atualizado semanalmente no link http://blog.joseeduardomartins.com

José Eduardo Martins tocando piano – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Jornal da USP - Gostaria que o senhor contasse sobre como nasceu a ideia de se despedir dos recitais, das viagens. Uma despedida em pleno vigor na arte.

Professor José Eduardo Martins – Os tempos reclusos à mercê da pandemia foram igualmente de reflexão. Já antevia o momento de encerrar a atividade pianística pública, só faltava fixar o momento, que me pareceu propício no ano em que completo 85 anos. O grande escritor e poeta Guerra Junqueiro já escrevia que o “tempo é infalível e insubornável”. Assim como encerrei as gravações no exterior em 2019, essa decisão atual não me traz qualquer nostalgia, mas sim o entender que a relação amorosa que mantenho com a música é uma dádiva que continuarei a cultivar, doravante sob outra égide. Assim como a respiração não pede férias, a música tampouco. 

JUSP - Quais são as lembranças inesquecíveis e os amigos eternos? Tem alguma história que gostaria de pontuar?

José Eduardo Martins– O espiritualista Thomas Merton já apregoava que “homem algum é uma ilha”. Creio que nada somos se, no transcurso da existência, não entendermos o precioso termo gratidão. Devo-a a tantos. Por vezes, uma só frase já nos faz entender o caminho a trilhar. Estou a me lembrar de um acaso determinante que me fez descortinar horizontes novos. Após uma primeira apresentação em Gand, na região flamenga da Bélgica (1995), no Muziek Conservatorium, a homenagear o nosso compositor romântico maior, Henrique Oswald, concerto em que participei como camerista em diversos conjuntos e também como solista, a recepção pública foi das melhores. Mal dormi aquela noite a pensar na mágica que se esvaía, pois regressaria no dia seguinte ao Brasil e nada mais me prenderia à cidade. O motorista do táxi que me levaria à Estação Saint Peters, de onde seguiria para Bruxelas, estava para fechar o porta-malas  quando um carro parou no meio fio e dele desceu um senhor que me cumprimentou, a dizer que estivera no Concerto. Agradeci e respondi que seguia de regresso ao meu país. Perguntou-me o horário do voo, que seria daqui a umas quatro ou cinco horas. Retirou minhas bagagens e levou-me à sede da De Rode Pomp, por ele dirigida. Abriu sua agenda e fixou uma data para um recital no ano seguinte. Ao longo de 24 anos dei cerca de duas dezenas de recitais sob a égide da De Rode Pomp, gravando 20 dos meus 25 CDs na mágica Capela Saint-Hilarius (séc. XI) em Mullem, próximo à Gand, a maioria para o selo da organização e a ter como engenheiro de som um dos mais competentes do planeta, Johan Kennivé. Entendo como acaso, outros como ação divina. O meu recital de despedida se deu no último 25 de Maio na mesma sede. Comoveu-me muito a recepção e a amizade perene que me liga a tantos amigos belgas. “Resistir quem há-de”, como bem expressou o poeta Luiz Guimarães Junior em “Visita à casa paterna”.   

José Eduardo Martins na Bélgica – Foto: Reprodução

JUSP - Queria que o senhor me falasse sobre a programação desse concerto de despedida… E quais os lugares escolhidos, o que esses espaços significam?

José Eduardo Martins– Paris me foi fundamental na formação pianística e teórica e, bem posteriormente, me proporcionou penetrar no universo de pesquisas relacionados a Claude Debussy. Em vários países da Europa me apresentei, sem, contudo, fixar amizades perenes, mercê da brevidade das estadias. Não obstante, foram Bélgica e Portugal que mais marcaram minha atividade como intérprete, fatores esses que me levaram a encerrar minha atividade pianística pública em Gand, na Bélgica, e Lisboa. Nesta cidade dei meu primeiro recital na Europa, a convite do extraordinário compositor Fernando Lopes-Graça (14/07/1959). Cumprindo uma ritualística individual, quis encerrar as apresentações europeias em Lisboa (30/05/2023). 

Decidi fazer um tributo ao saudoso e notável amigo, Gilberto Mendes que, ao longo das décadas, me dedicou 30 composições”

JUSP - E por que decidiu realizar a audição em Santos? É uma homenagem ao compositor e amigo Gilberto Mendes?

José Eduardo Martins – Paulistano, não quis, todavia, encerrar a atividade pianística em São Paulo. Decidi fazer um tributo ao saudoso e notável amigo, Gilberto Mendes que, ao longo das décadas, me dedicou 30 composições. Todas apresentadas em várias edições do Festival Música Nova, por ele fundado. Fomos durante um bom tempo colegas na docência uspiana, fator a mais para um entendimento essencial, que se prolongou até sua morte em 2016.

José Eduardo Martins em diferentes momentos – Foto: Reprodução

JUSP - Quais os momentos que o senhor pontua em sua trajetória? Como o senhor vê as lições que ensinou nas mãos dos seus alunos?

José Eduardo Martins – Estive a lecionar na USP de 1982 a 2008, ano da aposentadoria. Na docência, sempre busquei formar o músico, não apenas o pianista. Entendo que sem o conhecimento abrangente e a formação cultural consequente, lacunas intransponíveis existirão. Quando um aluno me procurava unicamente para a preparação para concursos de piano, que proliferam na área, sugeria outro professor, pois doravante esse jovem estaria fixado em um só propósito. 

JUSP - Um de seus alunos, Luiz de Godoy, tem o senhor como um de seus grandes mestres. O senhor pode falar do talento desse músico que hoje dirige os coros infanto-juvenis da Ópera Estatal de Hamburgo? O senhor está citado no currículo de Godoy.

José Eduardo Martins – Não posso deixar de mencionar o professor Renato Figueiredo, que guiou Luiz de Godoy na Escola Municipal de Música. Fundamental. Tenho imensa alegria pela extraordinária carreira de Luiz de Godoy desenvolvida na Áustria, como mestre-de-capela dos Meninos Cantores de Viena, e também regente da Academia Coral e outros honrosos cargos na cidade. Atualmente em Hamburgo, exerce diversas atividades relevantes, que dignificariam qualquer músico nessa específica área da regência. Como regente coral já viajou pelos continentes, sendo entusiasticamente recebido. Na primeira aula de piano tive a certeza de estar diante de uma joia rara. Após minha aposentadoria, Luiz de Godoy ainda estudou em casa até a sua partida para a Europa, através de uma bolsa de estudos. Minha mulher Regina e eu temos enorme carinho por ele. Citaria igualmente Maury Buchala, que estudou piano em minha classe na Universidade durante quatro anos. Por sugestão minha, após o curso foi se aperfeiçoar em Paris, onde reside há décadas, desenvolvendo bela carreira como compositor e regente. Outro aluno que me orgulha é Paulo Franco que, pianista e regente, leciona e dirige o coro da Escola Waldorf Rudolf Steiner. Tem realizado trabalho exemplar e já levou seu coral de alunos para apresentação no Carnegie Hall em Nova York. Tantos mais estão dignamente exercendo a atividade como pianistas ou na docência. Fico feliz ao saber das evoluções constantes desses músicos talentosos. Ampliar a mente dos alunos foi um dos meus desideratos em sala de aula.

JUSP - Quais os compositores que escolheu para os recitais de despedida na Europa e em Santos e por quê?

José Eduardo Martins – Na Bélgica privilegiei Jean-Philippe Rameau, pois foi o selo De Rode Pomp que lançou no início do século o duplo CD com a integral desse monumental compositor, gravação que realizei em Sófia, na Bulgária, mas que foi masterizado em Gand. Interpretei, na recente despedida, obras do compositor belga Lucien Posman, de dois brasileiros, Francisco Mignone e Gilberto Mendes, assim como 10 poemas de um de meus compositores eleitos, Alexandre Scriabine. Em Portugal, compositores que me são caros: o barroco Carlos Seixas e outros igualmente notáveis, Francisco de Lacerda, Fernando Lopes-Graça e Eurico Carrapatoso. Também uma criação de Gilberto Mendes dedicada ao seu grande e saudoso amigo-irmão, Jorge Peixinho. Em Santos, lembrarei dois mestres da composição, lá nascidos, o saudoso Almeida Prado, que neste ano completaria oitenta anos, e Gilberto Mendes. Depois interpretarei criações de Fernando Lopes-Graça, um dos maiores compositores de Portugal, quiçá o mais significativo da sua história. Tive o privilégio de privar da sua amizade. Franz Liszt e Claude Debussy completarão o programa, que se dará na aconchegante Pinacoteca Benedito Calixto no dia 31 de Agosto. Tantas foram as vezes em que lá me apresentei, sempre com a presença de Gilberto Mendes e sua esposa Eliane.

Cartaz do recital de despedida realizado na Bélgica – Foto: Reprodução

O incentivo às artes para a juventude está a merecer um trabalho hercúleo de professores frente às infindáveis distrações a que o jovem é submetido. A redução do pensar, as novas interpretações dos costumes e da moralidade estão modificando as condutas”

JUSP - Pode nos contar sobre o seu último livro lançado em Coimbra?

Livro de Martins publicado em Coimbra, Portugal – Foto: Reprodução

José Eduardo Martins – Trata-se do segundo livro publicado pela Imprensa da Universidade de Coimbra. O primeiro, lançado em 2011, continha textos acadêmicos e outros publicados em meu blog, tendo sido republicado pela EDUSP em 2014. O segundo, com o mesmo título, Impressões sobre a Música Portuguesa e outros temas (II), contém 63 posts do blog, página pessoal que, iniciada aos 2 de Março de 2007, tem sido publicada ininterruptamente aos sábados. Em ambos os livros tem-se apenas textos sobre a Música e a Cultura de Portugal. O lançamento se deu na bela Sala de São Pedro da Universidade fundada em 1290.

JUSP - Como o senhor vê a música e a cultura neste momento? O que poderia ser feito para incentivar os jovens nas artes?

José Eduardo Martins – Vejo com apreensão e um certo ceticismo. A Cultura Humanística tem perdido espaço nas novas gerações devido muito à rapidez da evolução tecnológica, da inteligência artificial em franca ascensão, que provoca um outro direcionamento ao cidadão. A telinha portátil recebe um sem número de informações descartáveis, sempre renovadas, hélas. A escrita se deteriora, a atenção se esvai e a reflexão está a se tornar “obsoleta”. O incentivo às artes para a juventude está a merecer um trabalho hercúleo de professores frente às infindáveis distrações a que o jovem é submetido. A redução do pensar, as novas interpretações dos costumes e da moralidade estão modificando as condutas.

JUSP - Professor, como o senhor vê os seus 85 anos? Como tem sido a sua rotina? Sei que também é esportista, já ganhou medalhas como corredor de maratonas de rua? Agora qual o sonho que está trabalhando no horizonte?

José Eduardo Martins – Vejo como uma imensa dádiva. Música e a Cultura Humanística sempre fizeram parte da minha vida desde a pré-adolescência. Meu saudoso pai desde aquele período introduziu nos quatro filhos o amor pela leitura dos grandes clássicos portugueses e de nossos maiores autores. Complementava os estudos pianísticos sistemáticos. Quanto à minha rotina, desde a aposentadoria da USP em 2008 prossigo minhas pesquisas musicais, sempre a buscar o passado encoberto em névoas ou o contemporâneo de valor. Creio que a observação e a curiosidade são qualidades inalienáveis que corroboram o caminhar pela existência. O blog hebdomadário nasceu dessas duas qualidades. Quanto às corridas de rua, foram duzentas ao todo, iniciadas em 2008. Presentemente realizo, duas vezes por semana, caminhadas de oito e dez quilômetros. Sonhos… Dois livros começam a pulsar em minha mente. Oxalá os realize.

CD de José Eduardo Martins – Foto: Reprodução

JUSP - Professor, o senhor tem noção de quantos alunos orientou e passaram por suas aulas?

José Eduardo Martins – Não quantifiquei. Foram muitos entre 1982 a 2008 e todos muito especiais. Na graduação, as aulas de piano eram individuais, mas, por vezes, reunia alguns outros quando a agenda voltada às apresentações propiciava essa prática. Na pós-graduação tive alunos brilhantes, plenos de ideias criativas. Só descartava pretendentes que visavam à “evolução” deliberada na carreira ou aqueles que tinham projetos sem qualquer interesse. Um dos capazes realizou substancioso mestrado sob minha orientação na USP e doutorado na Sorbonne a versar sobre a obra sacro-pianística de Almeida Prado, compositor que manteve extensa correspondência com a notável mestra francesa Nadia Boulanger. Participei da banca examinadora e José Francisco Banwart defendeu brilhantemente sua tese.

JUSP - Pode contar sobre a Revista Música e o programa Concertos? E quais as boas lembranças que guarda de sua trajetória na Universidade?

José Eduardo Martins – Fundado em 1991, estive como editor responsável da Revista Música até 2008. Foram 20 números. Desde a primeira edição foi dada guarida significativa aos artigos internacionais assinados por destacados músicos. A manutenção dos textos originais em inglês, francês, italiano e espanhol subentendia a necessidade, dentre o contingente daqueles que cursavam a pós-graduação, de conhecer outros idiomas. Desfilam entre esses luminares: Pierre Boulez, François Lesure, Karlheinz Stockhausen, Enrico Fubini, Myriam Chimènes, Jorge Peixinho e tantos outros. Quanto ao programa da USP-FM, “Tempo de Concerto”, dirigi-o de 1991 até dois ou três anos antes de me aposentar. Diário, vários professores participavam semanalmente em dia preciso, preenchendo a programação. Infelizmente, após o meu desligamento da Universidade, o programa foi extinto. Quanto às boas lembranças, são inúmeras, guardo-as no meu de profundis. Finalizaria a dizer que o maravilhamento advém da família, hoje numerosa.  Regina, duas filhas, cinco netas e cinco bisnetos são motivo de perene alegria.

O jovem de 16 anos toca o prelúdio de Bach

Noite de 10 de dezembro de 1954. Na primeira fila do Teatro Colombo, no bairro do Brás, os maiores músicos da São Paulo da garoa: Camargo Guarnieri, com seu jeito sempre compenetrado e sério, os pianistas Souza Lima, Antonieta Rudge e Felicja Blumental, entre outros. Também o modernista Menotti Del Picchia estava presente e, com certeza, recebendo os cumprimentos pelo seu Juca Mulato e por sua poesia repleta de emoção.

Os críticos de música – oito dos 13 mais importantes da cidade – também estavam lá: Caldeira Filho (do jornal O Estado de S. Paulo), H. J. Koellreutter e Dinorah de Carvalho (da Rede dos Diários da Manhã e da Noite), Lily Volfi (Jornal Alemão), Carlo Prina (Fanfulla), A. Ricardi (Folha de S. Paulo), Inah de Melo (Correio Paulistano) e Orlando Nasi (A Gazeta). O teatro estava repleto.

José Eduardo Martins ajeitou o smoking. Os óculos. Respirou fundo. Olhou o piano Steinway, no centro do palco. Lembrou-se do abraço confiante dos pais, José e Alay. E entrou. As mãos frias deslizaram sobre o piano. E Martins, aos 16 anos, tocou os primeiros acordes do Prelúdio para órgão de Bach, transcrito por Silotti. Depois, a sonata Opus 31 no 3 de Beethoven. Estava compenetrado demais. Só olhava para a platéia nos intervalos do programa. Uma hora e meia depois, ficou aliviado e feliz ao ouvir os aplausos. Foi o primeiro de uma série de concertos que apresentaria no Brasil e no exterior.

Hoje, José Eduardo Martins ainda guarda a emoção daquela noite. A foto que tirou com Guarnieri e Antonieta Rudge continua na parede do estúdio. E o programa e as críticas dos jornais que o apontavam como um músico promissor estão cuidadosamente guardados em um álbum. São as primeiras lembranças de uma vida dedicada à música.

Lembranças do pai, José da Silva Martins, que aos 84 anos entrou para o Guiness Book (1995) como o escritor brasileiro mais idoso a publicar o seu primeiro livro. E aos 102 dava o exemplo da importância da disciplina. Escreveu: “Ser feliz é superar a sua própria inquietação. Um pensamento profundo tem utilidade, mas uma boa ação tem mais valor”.

O tempo voou nas teclas do piano… E o adolescente cresceu e se tornou um mestre como pianista e professor. Hoje, aos 85 anos, sua bisneta Ester, toca a sua mão. Lembra os sonhos que o bisavô tem pela frente.

Mãos de José Eduardo Martins e sua bisneta na capa de CD – Foto: Reprodução


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