Em estudo desenvolvido por pesquisadores da USP, verificou-se que os exercícios físicos são benéficos para a saúde desde as primeiras sessões. O esforço físico gera respostas agudas que a longo prazo resultam em adaptações no organismo capazes de prevenir ou tratar doenças. A pesquisa foca nos efeitos da atividade física no músculo esquelético e conclui que as mitocôndrias, consideradas usinas de energia, são especialmente beneficiadas pela adrenalina e aumentam as respostas imunológicas, retardam o envelhecimento celular e melhoram o metabolismo.
Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Vanessa Voltarelli, pesquisadora do Laboratório de Fisiologia Celular e Molecular do Exercício da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, explica que a adrenalina liberada pelo exercício físico tem a capacidade de agir diretamente sobre as mitocôndrias, o que faz melhorar a eficiência das organelas e aumentar produção de energia. Os benefícios adquiridos pelas adaptações fisiológicas geradas pelo esforço físico colaboram para a saúde do tecido muscular e dos demais órgãos.
“Essas respostas agudas vão a longo prazo e, se a pessoa fizer exercícios todos os dias, se tornam crônicas. As mitocôndrias vão tomar formas mais alongadas e isso faz com que elas funcionem melhor. Essas organelas são a fonte de produção de energia do nosso organismo e têm diversas funções, como atenuar efeitos oxidativos, morte celular e manutenção da saúde da célula. A longo prazo, todas as adaptações vão ajudar a saúde do tecido e esses benefícios acontecem em diversos outros órgãos do organismo também”, informa Vanessa.
Conforme a pesquisadora, o objetivo do estudo não é apenas identificar os protocolos de exercício físico mais benéficos, mas colaborar para estabelecer políticas públicas futuras de combate ao sedentarismo, visando à prevenção e ao tratamento de doenças: “Quanto mais aumentarmos o conhecimento sobre como o exercício traz benefícios para o nosso organismo, maior a chance de encontrarmos novas moléculas ou vias que podem ajudar no desenvolvimento de novos fármacos ou no tratamento de doenças crônicas”. Atualmente, Vanessa estuda os benefícios dos exercícios físicos na redução de tumores cancerígenos com foco em estabelecer diretrizes para o combate à doença.
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