“Coronavac é uma das vacinas mais seguras já testadas até hoje”, afirma Esper Kallás

O infectologista explica que o sucesso na vacinação em massa vai depender da quantidade de doses disponíveis no Brasil

 18/01/2021 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 26/01/2021 às 10:29
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Enfermeira Mônica Calazans recebe a primeira dose da vacina contra o covid-19 – Foto: Govesp

Em um dia histórico, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou por unanimidade o uso emergencial das vacinas Coronavac (desenvolvida no Instituto Butantan) e AstraZeneca (Oxford/Fiocruz).

“Com a aprovação de ontem (17/1), abre-se a possibilidade de os gestores de saúde utilizarem a vacina para vacinar a população e, consequentemente, tentar reduzir o número de casos de covid-19”, comenta Esper Kallás, professor titular do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, coordenador do Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital das Clínicas e responsável pelos testes da vacina Coronavac, em entrevista ao Jornal da USP no Ar Primeira Edição. A redução de casos vai ajudar a diminuir a pressão existente no sistema público de saúde, gerando um impacto positivo no enfrentamento da pandemia.

Kallás explica que as reações apresentadas durante o estudo são típicas de qualquer vacina (leve dor no braço, mal-estar no dia seguinte à aplicação) e que não aconteceram eventos adversos graves associados ao uso da Coronavac, o que mostra uma boa tolerância entre os participantes. Essas características garantem a segurança e a eficácia da vacina do Instituto Butantan e o professor afirma que a Coronavac está entre as vacinas mais seguras já testadas por ele e sua equipe.

Vacinação

O plano delineado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) é iniciar a vacinação com os mais idosos e, a partir disso, regredir até chegar aos mais novos. “A razão disso é porque todos esses grupos são selecionados pelo risco que apresentam de se expor ao vírus, tal como o exemplo dos profissionais de saúde e depois aqueles mais sujeitos a sofrerem com a doença, quer seja por ter uma condição que aumenta o risco disso acontecer, como as pessoas de idade, quer seja porque vivem em locais cujo acesso aos ambientes de saúde é muito limitado”, detalha o professor.

Todo o planejamento em torno dessa aprovação emergencial gira em torno da quantidade de doses a que o Brasil vai ter acesso, o que definirá como essa operação de vacinação em massa vai ocorrer. O Brasil conta com mais de 38 mil pontos de vacinação e é considerado um exemplo a ser seguido nesse quesito. Com o aumento progressivo da produção e a aprovação de outras vacinas, a tendência é de aumento na disponibilidade de doses.


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