“Série Energia”: Expansão das linhas de transmissão de energia está na mira do governo

Meta é construir 15 mil km de novas linhas de transmissão até 2032 para reforçar conexão entre Nordeste com Sudeste e Centro-Oeste do País

 16/06/2023 - Publicado há 11 meses
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Linhas interligadas de transmissão de energia elétrica favorece relação entre demanda e oferta – Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil
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O Brasil é detentor de um dos maiores sistemas de transmissão de energia elétrica em todo o mundo, conhecido como Sistema Interligado Nacional (SIN). De acordo com informações divulgadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), sua capacidade é de cerca de 200 GW e abrange aproximadamente 180 mil km. Embora a potência instalada seja menor, quando comparada com países como China e Estados Unidos, o SIN ainda se destaca como um dos maiores sistemas, inclusive em comparação com países desenvolvidos. Para ilustrar essa situação, se imaginássemos a transferência do SIN para a Europa, sua extensão de 180 mil km seria suficiente para cobrir uma grande parte da Europa Ocidental.

A construção do SIN se deu principalmente pela predominância hídrica na nossa matriz elétrica, uma vez que a energia das grandes hidrelétricas nem sempre é produzida próxima aos grandes centros de consumo, como as cidades e parques industriais. Dessa forma redes robustas de transmissão foram construídas para transmitir esses blocos de energia e logo se percebeu a vantagem de interconectar os sistemas. Assim, a possível sobra de energia em um subsistema pode ser direcionada a um outro subsistema com falta de energia. Se não fosse essa conexão todo o déficit energético teria que ser suprido por usinas termelétricas.

O SIN reduz a necessidade de termelétricas, que mesmo assim são bastante utilizadas, principalmente nos períodos de estiagem e nas horas de pico de consumo. O governo prevê a necessidade de uma expansão do Sistema Interligado Nacional, principalmente para reforçar as conexões entre a região Nordeste e as regiões Sudeste e Centro-Oeste por onde deve fluir uma considerável parcela da energia eólica e solar.

A estimativa divulgada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do Ministério de Minas e Energia é de que 15 mil km de novas linhas sejam construídas até 2032, com investimento estimado em R$ 50 bilhões. 

A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Murilo Miceno Frigo, discente de doutorado e professor do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul. A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.


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