“Série Energia”: A inteligência artificial tem amplo emprego nas soluções energéticas

Popularizada pelos robôs humanoides que habitam o imaginário popular, a IA é usada para resolver gargalos na área energética

 18/11/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 12/06/2023 às 12:09
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Imagem: Gerd Altmann/Pixabay
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Quando se fala em inteligência artificial, logo pensamos no humanoide C-3PO da saga Star Wars ou no exterminador do futuro, RoboCop, entre outros personagens de sucesso. E não é por acaso, já que durante os anos 90 e início do terceiro milênio vários destes personagens fizeram com que o imaginário popular passasse a associar a IA com robôs humanoides. Mas, na realidade, a inteligência artificial vai muito além dos simpáticos robôs e está presente hoje no nosso cotidiano de forma muito mais frequente do que imaginamos.

Quando ligamos para o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) de alguma empresa e ouvimos mensagens em menus, pressionamos teclas para escolher qual serviço ou tipo de atendimento queremos, já estamos “conversando” com uma IA. Mas é nas pesquisas científicas que a inteligência artificial tem sido mais intensamente usada até mesmo por ter uma infinidade de capacidade de processamento e poder fazer essa tarefa de forma mais dinâmica, rápida e precisa que a mente humana. O emprego da IA para solucionar problemas na área de energia ilustram essa realidade. A seguir, dois exemplos mostram esse potencial.

No Texas, nos Estados Unidos, o sistema de energia elétrica aproveita consideravelmente as fontes de energias renováveis abundantes na região, como a energia solar e a eólica. Entretanto, a energia proveniente dessas fontes é de difícil armazenamento. Pesquisadores desenvolveram, então, uma IA que prevê, com antecedência, o que eles chamaram de “seca energética”, ou seja, uma condição de falta de energia eólica e solar, que pode levar o sistema ao colapso. Da mesma forma, a IA pode prever também uma “enchente energética”, que é o oposto da seca, ou seja, um período de abundância de energia solar e eólica que pode ser aproveitada para armazenar e ser utilizada no momento oportuno.

Um pesquisador de Joanesburgo, na África do Sul, foi capaz de projetar um novo modelo de construção para motores de indução do tipo “gaiola de esquilo”. Estes motores são muito utilizados nas indústrias e em equipamentos domésticos, devido à sua diversidade de potência e versatilidade. O problema, no entanto, é o seu baixo fator de potência que interfere nas redes das concessionárias elétricas, então as indústrias acabam sendo obrigadas a gastar altos valores com bancos de capacitores para compensar o uso destes motores. A IA desenvolvida projetou um novo modelo de construção do rotor deste motor, de forma a prover um fator de potência dentro do padrão aceitável pelas concessionárias de energia mesmo quando o motor está com carga acima de 60%.

A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Danilo Pazian Paulo, professor do IFSP e doutorando em Engenharia Agrícola na FZEA. A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.


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