Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto comemora 70 anos em sessão solene

Evento, que será no dia 25 de outubro no Theatro Pedro II, conta com apresentação da USP Filarmônica e lançamento do livro “Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Quarta Década”

 21/10/2022 - Publicado há 2 anos
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Fachada FMRP
Fachada da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Foto: Documentação Científica da FMRP

 

Avanços na ciência, atendimento à população e disseminação da cultura são marcas profundas nas sete décadas de história da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Entre as ações de comemoração está a tradicional sessão solene no dia 25 de outubro, às 20 horas, no Theatro Pedro II, com apresentação da USP Filarmônica e lançamento do livro Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Quarta Década.

O evento contará com a entrada do cortejo universitário que reúne a Reitoria, as Pró-Reitorias, além do diretor e vice-diretor, ex-diretores e vice-diretores, docentes eméritos e professores que integram a Congregação da faculdade, além dos diretores das outras unidades de ensino e pesquisa do campus de Ribeirão Preto.

“Comemorar e resgatar a história é reconhecer uma trajetória de desafios e conquistas que foi construída com o empenho coletivo tanto de alunos, professores e funcionários como de membros da comunidade acadêmica e da população geral”, afirma o professor Rui Alberto Ferriani, diretor da FMRP.

A USP Filarmônica terá como solistas Fernando Crespo Corvisier (piano), Yuka de Almeida Prado (soprano), Eliana Cecília Maggioni Gugliemelmetti Sulpicio (percussão), Wagner Ferreira (cando com microfone), José Gustavo Julião de Camargo (viola caipira) e Gustavo Silveira Costa (violão), sob regência do professor e maestro Rubens Russomanno Ricciardi.

O concerto contará com as obras Allegro affettuoso, Intermezzo: Andantino grazioso e Allegro vivace, de Robert Schumann; Sakuka Sakura, do folclore japonês, e You leave me breathless, de Friedrich Hollarnder. A apresentação será encerrada com Fantasia sobre o causo do Chico Mineiro, do maestro Ricciardi.

A programação conta ainda com o lançamento do livro Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Quarta Década, que relata as histórias, atividades e memórias vividas entre os anos de 1982 e 1992. A organização da obra foi feita pelos professores da FMRP Maria de Lourdes Veronese, Valdes Roberto Bollela, Jorge Elias Júnior e Rui Alberto Ferriani.

Outro destaque do evento é o lançamento da exposição A Excelência em Sete Décadas: FMRP e os eventos comemorativos, que foi idealizada pelos diretores Rui Alberto Ferriani e Jorge Elias Júnior, desenvolvida por Rose Brittes Lessa com assessoria da professora Maria de Lourdes Veronese, todos da FMRP. A mostra resgata trechos de jornais impressos e fotos das comemorações em cada década da história.

O evento será no dia 25 de outubro, às 20 horas, no Theatro Pedro II (Rua Álvares Cabral, 370, em Ribeirão Preto). A entrada é gratuita, aberta ao público e os interessados devem confirmar presença pelo e-mail: cerimonial@fmrp.usp.br. 

Obra retrata a quarta década 

A obra Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Quarta Década, que será lançada durante o evento, surgiu com o desejo do diretor, professor Rui Alberto Ferriani, de produzir um livro comemorativo. “Os primeiros tempos tinham sido relatados em diversas publicações, às quais se juntaram o livro Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP: Primeiras Décadas, organizado pelos então gestores da FMRP e da Comissão de Cultura e Extensão Universitária, que é composto por breves textos e muitas fotografias dos primeiros trinta anos de nossa história. A nova edição contempla a quarta década, vivenciada total ou parcialmente pelos quatro entre os anos 1982 e 1992”, explica Maria de Lourdes Veronese, professora sênior da FMRP e uma das organizadoras do livro.

Entre os destaques da obra estão as atividades da FMRP em relação ao ensino, pesquisa e na atenção à saúde, que no período foi marcada por inovações no diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças e na implantação do SUS. Além da internacionalização, movimentos estudantis, mudança do Estatuto, criação das Pró-Reitorias, criação e estruturação de comissões, reestruturação curricular, mudanças na forma de acesso à residência médica, apoio de agências de fomento, informatização, entre outros marcos importantes. 

“O livro também apresenta a história dos departamentos, modificados por aposentadorias, falecimentos dos fundadores e docentes da primeira geração, mas também pela contratação de novos professores, que muito contribuem e contribuíram para o sucesso da instituição. E se encerra com o relato da Diretoria sobre a ‘FMRP em 2022’, que demonstra o feliz sucesso da nossa escola”, conta o professor Jorge Elias Júnior, que é vice-diretor da FMRP e um dos organizadores da obra. 

A obra Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Quarta Década estará disponível no formato pdf gratuitamente após o evento neste link

70 anos da FMRP: comemorações culturais e científicas

A festividade busca resgatar a história, que começou em 1948 com a aprovação do projeto de lei que previa a criação da unidade pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Já em 1951, o Conselho Universitário da USP aprovou a estrutura curricular, promulgou a Lei Estadual 146, que autorizou o funcionamento da FMRP, e indicou o professor Zeferino Vaz como primeiro diretor. 

As atividades acadêmicas da FMRP começaram efetivamente em 1952 em uma sede provisória no centro de Ribeirão Preto, mas um ano depois passou a funcionar na antiga fazenda Monte Alegre, que hoje abriga o campus da USP na cidade. A celebração dos 70 anos da FMRP conta com atividades culturais e científicas durante o ano, envolvendo alunos, funcionários, docentes e a sociedade. Entre os eventos estão lançamentos de livros e vídeos, criação de um site e logo comemorativo, exposições, simpósios, palestras, entre outros.

É muito importante a gente olhar para a história, porque o passado ajuda a gente a entender o presente. Quando a gente comemora um aniversário, a gente celebra e faz um balanço de onde estamos indo, para onde vamos e se o caminho atual faz sentido“, afirma a professora Maria Paula Panúncio-Pinto, que é coordenadora da comissão organizadora e presidente da Comissão de Cultura e Extensão (CCEx) da FMRP.

A programação completa pode ser acessada neste link.

Formação de profissionais da saúde

Visão aérea do complexo de saúde vinculado à  Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto  – Foto: Divulgação/FMRP

Atualmente, a faculdade possui mais de 400 servidores, 300 docentes e 1.300 alunos inscritos nos cursos de graduação em Ciências Biomédicas, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Informática Biomédica, Medicina, Nutrição e Metabolismo e Terapia Ocupacional. Já na pós-graduação, são mais de 1.400 pós-graduandos inscritos em diferentes programas voltados para a área da saúde.

O professor e presidente da Comissão de Graduação da faculdade, Valdes Roberto Bollela, destaca que o ensino na unidade é pautado na alta qualidade técnica e na formação humana de melhores seres humanos. “A formação do cidadão nunca foi tão importante quanto é no momento atual que vivemos. Vamos continuar trabalhando dessa maneira, entendendo a importância que a faculdade e os seus sete cursos de graduação têm para a sociedade do Estado de São Paulo e do Brasil”.

Ao longo das sete décadas, a faculdade recebeu mais de 7.600 alunos nos programas de pós-graduação e realizou mais de 10.300 titulações. “Os números reforçam uma trajetória marcada pelo trabalho árduo de toda a comunidade, que busca sempre oferecer o máximo de desempenho”, afirma a professora Cristina Marta Del Ben, que é presidente da Comissão de Pós-Graduação na unidade.

São 24 programas de pós-graduação na FMRP em diversas áreas, como: Biologia Celular e Molecular; Bioquímica; Ciências da Saúde Aplicadas ao Aparelho Locomotor; Clínica Cirúrgica; Clínica Médica; Farmacologia; Fisiologia; Genética; Ginecologia e Obstetrícia; Imunologia Básica e Aplicada; Neurologia; Nutrição e Metabolismo; Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço; Oncologia Clínica, Células-Tronco e Terapia Celular; Patologia; Reabilitação e Desempenho Funcional; Saúde da Criança e Adolescente; Saúde Mental e Saúde Pública.

Entre os 24 programas de pós-graduação, a faculdade possui cinco programas de Mestrado Profissional que buscam atender à demanda da sociedade por qualificação profissional das áreas de Ciências das Imagens e Física Médica; Hemoterapia e Biotecnologia; Gestão de Organizações de Saúde; Medicina e Neurologia e Neurociências Clínicas.

Excelência em produção científica

Outro grande pilar das atividades é a qualidade das produções científicas com importantes grupos de pesquisa, alto número de publicações em revistas internacionais de qualidade e parcerias com instituições em todo o mundo. “Nós conseguimos manter excelência em pesquisa e um grande número de publicações nas principais revistas científicas do mundo durante a pandemia”, afirma o professor Carlos Alberto Scrideli, presidente da Comissão de Pesquisa da FMRP.

De acordo com o docente, a média de publicação é de mais de 1.500 artigos científicos por ano até 2021. “A grande maioria dos trabalhos foram indexados na principal base internacional que é a Web of Science. Já as citações variaram entre 46 mil até pouco mais de 50 mil na base Web of Science e já em outras bases menos restritas, como o Google Schoolar, variaram entre 106 mil a 147 mil citações por ano”, avalia.

Entre os destaques estão os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que são sediados pela Unidade, como o Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) e em Terapia Celular (CTC). Além dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCC) em Medicina Translacional que está ligado aos estudos em saúde mental e em Células-Tronco realizado no Hemocentro de Ribeirão Preto.

“Nos últimos quatro anos, tivemos 19 projetos temáticos e 113 projetos regulares da Fapesp, dois projetos na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), sete projetos Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD)”, cita.

O docente ainda destaca que há projetos de grande porte financiados pelo Ministério da Saúde, iniciativa privada e instituições internacionais e que a FMRP se tornou uma unidade credenciada da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que é voltada desenvolvimento de fármacos e biofármacos para doenças inflamatórias infecciosas e autoimune; cardiovasculares; neuropsiquiátricas e oncológicas.

“Na Unidade de Pesquisa Clínica no HCFMP, por exemplo, são 120 estudos em andamento. Então, são muitas áreas com estudos relevantes publicados em revistas de alto impacto, mas podemos citar algumas como: o projeto BRISA que realiza estudos de coorte para acompanhar e avaliar a saúde dos voluntários por anos; e as pesquisas na área básica, clínica e translacional em sars-cov-2, neuropsiquiatria, avaliação do vírus Zika em crianças e gestantes, células CAR-T em estudos da oncologia, doenças inflamatórias na farmacologia e biologia celular e molecular de patógenos.

Centro de referência em assistência

Entre os grandes destaques dos 70 anos de história está a criação do complexo acadêmico e hospitalar de saúde com atendimento nos níveis primário, secundário e terciário em Ribeirão Preto. “A Faculdade mantém uma relação histórica com o Hospital das Clínicas (HCFMRP), que foi criado quatro anos depois para servir de campo para os alunos e professores, para formação de pessoal e realização de pesquisas no âmbito hospitalar”, conta o professor Benedito Carlos Maciel, que é superintendente do HCFMRP.

O docente ainda ressalta que a relação entre a Faculdade e o Hospital foi consolidada e intensificada com a criação da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do HCFMRP (Faepa) em 1988. O resultado é o estabelecimento do grande complexo formado pelo Hospital das Clínica; Hemocentro; Hospitais Estaduais de Ribeirão Preto, Serrana e Américo Brasiliense; Centro de Referência da Saúde da Mulher (Mater), Centro Integrado de Reabilitação (CIR); além de núcleos de saúde da família e unidades de pronto atendimento.

A importância do complexo é reforçada pelo professor Ricardo Cavalli, que é diretor executivo da Faepa. “A Faculdade traz os pilares da docência, do ensino, da assistência e da pesquisa. O Hospital fornece um excelente campo de estágio e a Fundação, através dos contratos com a Secretaria Estadual de Saúde, traz vários cenários de extrema importância”, reforça.


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