Glioma e melanoma são dois tipos muito agressivos de câncer, o primeiro cerebral e o segundo de pele. A média de vida após o diagnóstico de qualquer um deles é menor do que um ano e três meses. Isso ocorre porque essas células cancerígenas são extremamente resistentes aos remédios quimioterápicos. Buscando descobrir o motivo dessa ineficácia da medicação, um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, juntamente com o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ, começou uma pesquisa sobre o tema. Depois de quatro anos, o estudo já descobriu que é a quantidade de glutationa nas células cancerígenas que as deixam resistentes. Inibidores dessa formulação já foram testados in vitro, juntamente com os quimioterápicos. O procedimento obteve grande sucesso.
O projeto atinge agora um novo estágio, os testes em humanos. Uma das pesquisadoras, Clarissa Ribeiro Reily Rocha, doutoranda pela USP, conta que o método será testado em cerca de 20 a 50 pacientes. O objetivo é identificar a segurança do medicamento. Conforme for demonstrada sua eficácia, o número de pacientes será ampliado. Ela relata, ainda, que o sucesso nos estágios iniciais não diz muita coisa. Nada garante que a eficácia na fase in vitro traga benefícios reais para as pessoas que sofrem com alguma dessas doenças. Além disso, estão sendo testados, em fases iniciais, outros modos de inibir a glutationa, missão principal da pesquisa.
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