Estigma dificulta tratamento de estudantes com doenças mentais

Especialistas dizem que alunos de Medicina deixam de procurar ajuda devido ao preconceito

 02/02/2018 - Publicado há 6 anos

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O estresse que envolve o vestibular é muito grande e não acaba quando ocorre a entrada na universidade. Muitos cursos de graduação apresentam uma grande taxa de estudantes com distúrbios mentais, entre eles o de Medicina. Eduardo Humes, psiquiatra e coordenador do Grupo de Assistência Psicológica ao Aluno da Faculdade de Medicina da USP (GRAPAL), conta que o problema não é recente, nem as pesquisas sobre o tema. Por sua vez, Arthur Danila, médico assistente do Laboratório de Transtorno da Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas,  também entrevistado pelo Jornal da USP, diz que tem aumentado a procura por esse tipo de tratamento, porque o assunto está mais em pauta na sociedade.

De acordo com eles, o estresse da graduação não é o único culpado por esses transtornos em jovens que estudam Medicina. Características socioeconômicas, o ambiente onde residem, e até um fator geracional também podem interferir. Casos mais graves podem até levar ao suicídio, que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde,  é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.  O dr. Artur Danila conta que pacientes em pior situação podem ser encaminhados ao Instituto de Psiquiatria da USP.

A prevenção também é essencial. O GRAPAL oferece acompanhamento psicológico e atividades como meditação. Os doutores orientam que os jovens devem buscar ajuda o mais rápido possível. A resposta do paciente ao tratamento apresenta maior eficácia nos estágios iniciais da doença. Além disso, é importante tomar cuidado na abordagem, visto que o preconceito é muito comum.

O Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular.

Você pode ouvir a entrevista completa no player acima.


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