Sequelas após quedas reforçam alerta para brincadeiras infantis

Embora o osso da criança seja menos propício a fraturas, Gustavo Grothe Machado diz que a preocupação advém das sequelas graves das fraturas com impacto no queixo

 15/10/2021 - Publicado há 3 anos
O osso da criança é menos propício a fraturas, mas quando estas acontecem são mais frequentes nas articulações da mandíbula   Foto: Delfim Vieira via Flickr – CC
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Durante a fase da infância, é comum que adultos se preocupem mais com a segurança da criança. No meio das brincadeiras, por exemplo, quedas podem acontecer. Nesses casos, a atenção deve ser redobrada, já que os impactos de um acidente como esse podem prejudicar o crescimento facial da criança.

As preocupações aparecem principalmente naquelas quedas que afetam o queixo. “A preocupação advém das sequelas graves desse tipo de fratura com impacto no queixo”, afirma Gustavo Grothe Machado, cirurgião-dentista chefe do Grupo de Bucomaxilofacial do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Ele explica que o osso da criança é menos propício a fraturas, mas que, quando acontecem nas articulações da mandíbula, são mais frequentes. As sequelas podem ser graves e vão desde a limitação de abertura bucal até a erupção dos dentes.

A anquilose temporomandibular pode ser um dos efeitos mais graves, isto é, quando há a fusão dos ossos do crânio com os da mandíbula, prejudicando a abertura da boca. “As quedas de altura, seguidas de acidentes esportivos e automobilísticas, são as de maiores densidades”, alerta Machado, lembrando da especial atenção dos responsáveis para a prática dessas atividades. A recomendação é que se leve a um atendimento especializado após uma passagem pelo pronto-socorro, principalmente quando há dor na articulação, dificuldade na articulação, desvio na face e cortes.

Mesmo que em um primeiro momento não seja constatada uma fratura, é importante ficar atento a possíveis limitações na abertura da boca. Quanto ao tratamento, a queda exige uma cirurgia de longo porte, com uma equipe multidisciplinar de médicos. “As fraturas que não têm deslocamentos significativos podem ter um tratamento não cirúrgico”, explica Machado, indicando, nesses casos, a restrição de dieta e mobilização, a depender da idade da criança.


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