Na coluna desta semana, o professor Ricardo Alexino Ferreira analisa como as ciências foram utilizadas por grupos das elites brasileiras, a partir da segunda metade do século 19, para a manutenção do status quo e do processo de escravização, através da ampla divulgação das teorias raciais nos jornais da época.
O professor observa que as ciências no Brasil, a partir do século 19, eram mais valorizadas como diferenciação social do que para a construção do conhecimento. “Como a elite brasileira sempre operou pelo signo do prestígio, a ciência foi usada por ela como valor para exaltar que essa mesma elite não pertencia à cultura popular”, afirma.
Para ele, o que a elite da segunda metade do século 19 até a contemporaneidade mais valorizou sempre foi o diploma e não o conhecimento. Essa mesma elite brasileira conservadora, em diversos momentos, utilizou a ciência para inferiorizar e desumanizar os grupos das diversidades.