Exclusão do negro deve ser buscada no passado, diz professor

Nos quadros que exigem maior qualificação, a presença do negro é muito pequena

 01/02/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 02/02/2017 as 15:40

Acompanhe a entrevista da repórter Miriam Ramos com o professor Ricardo Alexino Ferreira (ECA/USP):

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Negros são excluidos de postos mais elevados nas empresas brasileiras - Foto: Freepik
Negros são minorias nos postos mais elevados nas empresas brasileiras – Foto: Freepik

Um recente relatório divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas) aponta que, apesar dos avanços globais, milhões de pessoas no mundo enfrentam exclusão social. Além da exclusão social, muitos sofrem com o acesso limitado a oportunidades econômicas, políticas e sociais. O relatório analisa as desvantagens que certos grupos da população enfrentam, como é o caso dos negros no Brasil e sua inserção no mercado de trabalho, o qual contabiliza somente 30% de profissionais afrodescendentes qualificados.

Para o professor Ricardo Alexino Ferreira, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e colunista da Rádio USP, o processo de exclusão do negro deve ser buscado no passado de um país escravocrata, como o Brasil. As consequências desse elemento histórico, segundo ele, irão se fazer sentir durante séculos, principalmente se não houver políticas afirmativas para contrabalançar os efeitos dessa distorção.

Nos quadros executivos, que exigem maior qualificação, a presença do negro é muito pequena, de apenas 4,9%. Na outra ponta da linha, aquela que envolve funções menos especializadas, a presença do negro é maior, em um contraste que parece confirmar a tese do professor Alexino Ferreira quando defende a aplicação de políticas afirmativas.

 


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