Parte 1:
Parte 2:
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Na área política, os brasileiros viram de tudo em 2016, de tudo mesmo! A velha corrupção parece que veio para ficar. Depois de Fernando Collor de Mello, 24 anos antes, o País conheceu mais um impeachment de um presidente da República – no caso, de uma presidente: Dilma Rousseff. O impeachment foi realmente um golpe, como muitos disseram? Manifestações se fortaleceram e se intensificaram ao longo de 2016. De alguma forma, contribuíram para a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara e sua posterior prisão.
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O País ainda viu a tentativa de anistia do caixa dois de campanhas eleitorais, a delação premiada de Delcídio do Amaral e o envolvimento de Lula nos escândalos da Petrobras, além de prisões de políticos e suas respectivas esposas, empresários e donos de empreiteiras. A Operação Lava Jato e a Polícia Federal não pouparam ninguém. E, por falar em poupar, na economia, o dólar atingiu, em janeiro, R$ 4,16, o maior valor de fechamento da história. Como consequência, houve queda nas viagens, e, principalmente, nas viagens internacionais.
Que outros setores foram mais atingidos pela crise? O ano de 2016 começou com a maior inflação mensal da história, 1,27%. Segundo o IPCA, essa também foi a maior variação anual este ano. Em abril, o PIB atingiu seu menor índice ( -3,8%). A previsão para 2017 aponta expectativa de expansão de apenas 1,30%. Será que essa é a pior crise que o Brasil já atravessou? Ela é ou não consequência da crise de 2008? O resultado é a recessão e o desemprego de 12 milhões de trabalhadores. E o pior é que a situação deve continuar – melhorias, só em 2018. O consumo parou, as dívidas aumentaram.
Qual é o rescaldo disso tudo? O Brasil está consciente da sua realidade econômica ou ainda vive na ilusão dos bons tempos? Para tentar refletir um pouco sobre esse cenário, o Diálogos na USP convidou os professores José Álvaro Moisés, cientista político, diretor do NUPPS (Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP) e professor titular de Ciência Política da Universidade de São Paulo; e Fernando Botelho, do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).