“Diálogos na USP” debate a saúde pública no Brasil

Os problemas de saúde estão intimamente relacionados ao modo de vida que construímos como sociedade, diz especialista

 11/04/2019 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 06/06/2019 às 17:42
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Uma das mais fortes reivindicações da população brasileira diz respeito à saúde pública. A falta de médicos (que o programa Mais Médicos ainda não solucionou) e a carência de remédios no Sistema Único de Saúde, além do seu subfinanciamento, ligam o sinal de alerta. Para se ter uma ideia, por ano a União, estados e municípios investem perto de R$ 240 bilhões no setor de saúde, para atender 150 milhões de brasileiros.

Parece muito, mas não é. A taxa de gasto público com saúde no Brasil é um pouco mais da metade da média mundial: 6,8% contra 11,7%, segundo dados da OMS. A isso podemos ainda incluir uma diminuição na cobertura vacinal no País e o retorno de doenças que já considerávamos erradicadas, como o sarampo. Além, é claro, da maior incidência daquilo que muitos chamam de “doenças da moda”, como depressão e ansiedade.

Como fazer para combater todos esses malefícios ? Como a saúde pública brasileira deve agir para reverter esse quadro preocupante?

Para falar sobre “A saúde no Brasil”, o Diálogos na USP recebeu Marília Louvison, médica sanitarista, professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, conselheira da Associação Paulista de Saúde Pública e da Abrasco, Associação Brasileira de Saúde Coletiva

A professora destacou que os problemas atuais de saúde estão intimamente relacionados com o modo de vida que construímos como sociedade. “Isto tudo está diretamente relacionado com a nossa capacidade de produzir possibilidades de alimentação saudável e como as nossas cidades são adequadas para atividade física”, esclarece a professora.

À direita, Marília Cristina Prado Louvison – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Louvison também comentou sobre a volta de doenças como o sarampo e a sífilis. Para ela, a diminuição da cobertura de vacinas é uma das grandes causas desse problema: “Há muito tempo que a gente fala que uma cobertura muito baixa é perigosa. Uma cobertura homogênea também é importante, todo mundo tem que estar com uma boa cobertura vacinal”. Outro possível ponto agravante apontado é que “as gerações anteriores, muito frequentemente, foram imunizadas pela própria doença, enquanto as novas gerações dependem das vacinas”.

 

O Diálogos na USP tem apresentação de Marcello Rollemberg, produção da Editoria de Atualidades do Jornal da USP e da Rádio USP e trabalhos técnicos de Rafael Simões.


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