O Relatório Internacional de Meteorologia NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) aponta a presença do La Niña até meados do início da primavera. Fatores climáticos impactam diretamente no setor agrícola e são fundamentais para o planejamento e tomada de decisões.
Nas últimas duas vezes que o fenômeno ocorreu – com força (2010-2011) e de forma mais amena (2017-2018) -, o Brasil teve pouca perda nas safras. O La Niña geralmente é menos prejudicial que o El Niño, pois tende a distribuir mais chuvas pelo Brasil. Esse efeito do La Niña é particularmente importante para o semiárido brasileiro, que atualmente enfrenta forte seca.
O especialista em agrometeorologia e previsão de produtividade e culturas agrícolas Fábio Marin, professor do Departamento de Engenharia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo, explica que “não quer dizer que não chova no Sul do País, quer dizer que chove abaixo da média e, com isso, os produtores devem ficar atentos para dimensionar as safras de soja, milho e outras culturas que são cultivadas no Sul, por exemplo, porque normalmente são nesses anos que a gente tem algum tipo de problema de perda de safra por conta do clima”, afirma.
Os efeitos na agricultura dependem muito da intensidade de como o La Niña chega. Apesar da região Sul ter menos chuva do que se esperava, o inverso ocorre nas regiões Norte e Nordeste. O professor da Esalq ressalta que pode ser um bom momento de safra no Nordeste: “A chuva deve acontecer acima da média, então essa pode ser uma oportunidade para os produtores conseguirem níveis de produtividade maiores e assim terem um retorno maior. A gente até considera a possibilidade de aumento do nível de investimento para esses produtores do Norte e Nordeste do País, se possível”, avalia Fábio Marin.
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