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A imprensa internacional muito pouco fala sobre um conflito que já dura algum tempo, o de Mianmar (antiga Birmânia). E é sobre esse conflito que a professora Marília Fiorillo dá destaque nesta edição de sua coluna, chamando a atenção para o fato de que está crescendo uma rebelião contra a ditadura militar que governa o país há décadas e que nunca prestou contas de nada a ninguém. Ela cita uma reportagem especial “raríssima da BBC, pois não se permite a entrada de estrangeiros no país”. Segundo essa reportagem, os militares, que sempre reprimiram com muita violência qualquer ato de rebelião, estão enfrentando um desafio inédito, o qual não cede “mesmo com bombardeio regular de escolas, civis e igrejas. O extraordinário é que, pela primeira vez, as inúmeras etnias que compõem Mianmar – e que sempre se estranharam, nunca se deram bem – estão unidas no mesmo propósito”.  A reportagem da BBC chama a atenção para a presença dos jovens nesse combate à ditadura da antiga Birmânia, um país isolado, que mantém relações comerciais praticamente apenas com a China e que até 2021 era governado, ainda que brevemente, por um governo civil, que foi justamente derrubado pela atual ditadura.

“Graças a essa reportagem, podemos concluir que o levante da população em Mianmar contra a junta militar é um conflito subnotificado, o mundo não presta atenção, em grande parte porque está com os olhos voltados para Ucrânia e Gaza”, afirma Marília.

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