Termo cunhado por Martin Grossmann em sua tese de doutorado, defendida no início dos anos 90, o conceito de “antimuseu” é uma crítica ao modelo progressista e desenvolvimentista de museu desenvolvido ao longo dos séculos.
Lembrando que “antimuseu” pode ser uma atitude, uma postura, um empreendimento e até mesmo um museu em desacordo com o paradigma tradicional de museu, Grossmann citou como exemplo a Casa Museu John Soane, de Londres, na Inglaterra. Essa instituição foi criada pelo arquiteto britânico John Soane (1769-1830) para abrigar sua família, mas também como um dispositivo de imersão no universo da arquitetura. “São três casas geminadas que ele comprou e em que alterou toda a circulação interna e criou diferentes ambientes, inclusive com uma pequena pinacoteca”, descreve. “Às vezes é um ambiente surreal.”
Outro exemplo de “antimuseu” citado por Grossmann é a fotografia. A história da fotografia mostra como ela adquiriu diferentes personalidades e formas e deu origem ao cinema, deixando de ser estática e se tornando imagem em movimento, pontuou o professor. “O museu não tem ainda essa ‘ginga’ de lidar com um ‘antimuseu’ como a fotografia.”