A polêmica criada em torno do documentário Dilema das Redes, lançado este ano pela Netflix, levou o professor Guilherme Wisnik a dedicar sua coluna desta semana a comentar a obra, que é crítica às redes sociais e conduzida por meio de entrevistas com pessoas que atuaram nas grandes empresas da área. O cenário é distópico. “É um capitalismo de vigilância, onde as redes sociais justamente operam recolhendo os dados dos usuários e nos deixando viciados nesse sistema, porque por trás disso tem uma rede comercial muito forte, que depende da captura da nossa atenção – quanto mais tempo, melhor para eles – e para isso nos bombardeiam com propostas”, diz Wisnik em um dos trechos de seu comentário.
A lógica embutida nesse jogo é a de compreender tendências do perfil de cada pessoa e enviar informações que atendam a esse perfil. Fica a questão de como sairmos dessa teia, pois esse é “um problema que está radicalizando o mundo, manipulando as informações e criando distorções muito sérias em nome de um comercialismo exacerbado”. Wisnik diz que o filme oferece soluções ingênuas para a solução do problema. De todo modo, fica o alerta de que “as redes estão lançando um xeque-mate à humanidade”. E mais: na visão do colunista, a internet, que começou como algo anárquico, transformou-se em um imenso ponto com, uma lógica que precisa ser revertida.
Espaço em Obra
A coluna Espaço em Obra, com o professor Guilherme Wisnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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