Chile, Iraque, Hong Kong, Líbano são algumas das nações que enfrentam manifestações e protestos, apesar do aumento da repressão – em Bagdá, houve centenas de mortes. A professora Marília Fiorillo não tem dúvidas em afirmar que as manifestações continuam mostrando a resiliência da população. Os protestos foram detonados pelos motivos os mais diversos, “mas a continuidade deles é fruto da mesma insatisfação: pobreza crescente, desemprego, falta de perspectiva, principalmente para os jovens; numa palavra, o crescimento da desigualdade no mundo. Seria a revolta dos de baixo contra os de cima”?, indaga a colunista.
Ela lembra que sempre houve desigualdade ao longo da história, só que agora virou pandemia, deixou de ser natural. Os excluídos de todo o mundo – os sem trabalho, sem teto, os sem saúde – , vítimas do Estado mínimo, estão na vanguarda. Chegou-se a um ponto em que a profusão de descontentes está se tornando, aos poucos, uma multidão de inconformados, estando, portanto, sujeita a virar massa de manobra para “os populismos criptorracistas, ou pode ser o ponto de partida para reinventar a política”, diz Marília, antes de continuar: “Claro que nem toda desigualdade gera revolta […], só quando a desigualdade se escancara, através da informação, e há uma mínima tradição de politização, a rebelião se converte em possibilidade de mudança real. A palavra-chave, que poucos mencionam, é injustiça”.
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