Celso Lafer recebe título de professor emérito pelo IRI

O professor Celso Lafer recebeu o título de professor emérito do Instituto de Relações Internacionais, em cerimônia realizada na noite de 15 de agosto, prestigiada por professores e dirigentes da USP, autoridades da educação, do meio jurídico, além de embaixadores do Brasil.

 17/08/2012 - Publicado há 12 anos
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Celso Lafer é o atual presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). É professor titular aposentado do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito. Dentre outros cargos relevantes, foi ministro de Estado das Relações Exteriores em 1992 e, nessa condição, vice-presidente ex-officio da Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92

Celso Lafer com o título recebido entre (esq. p/ dir.) o diretor da FMVZ, Enrico Lippi Ortolani; o professor emérito da FFLCH, Fernando Henrique Cardoso; a diretora do IRI; o reitor da USP; e o vice-diretor do IRI, Pedro Dallari

O professor Celso Lafer recebeu o título de professor emérito do Instituto de Relações Internacionais (IRI), em cerimônia realizada na noite de 15 de agosto, no Auditório Prof. Altino Augusto de Azevedo Antunes, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ).

O reitor João Grandino Rodas abriu a solenidade destacando a representatividade da USP no meio científico e também do professor Celso Lafer, um dos fundadores do IRI. Referiu-se ao Instituto como “inovador”, cuja relação candidatos/vagas no vestibular é uma das mais altas (o quarto curso mais concorrido no vestibular da Fuvest 2012).

Referência

“É difícil imaginar a USP sem Lafer e o contrário também”, enfatizou o professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Fernando Henrique Cardoso – que também foi presidente do Brasil, de 1995 a 2002 – no início de sua apresentação do professor homenageado.

Segundo Cardoso, o IRI é a expressão institucional ao que Lafer preconizava há 40 anos nos seus estudos, que tem uma contribuição única para a construção de um pensamento sobre as relações internacionais no país. “Antes de Lafer, a Universidade não se preocupava com esta área [das relações internacionais], esta questão ficava só para o Itamaraty. É constante e ponderada a sua reflexão sobre a política de relação internacional”.

Além das atividades nas áreas de relações internacionais e de direito, Cardoso citou outras áreas em que Lafer atuou, seja nas artes, em cargos administrativos na USP ou governos. “Para ele, os diversos ramos da cultura se complementam e esclarecem. E poucos professores têm contribuições tão relevantes em diversas áreas, com uma vida intelectual extensa, marcante”, ressaltou.

“Este título é uma grande honra e motivo de especial contentamento, que interpreto como expressão da consolidação institucional do IRI como Unidade de ensino e pesquisa da USP, ao qual estive e estou vinculado desde o começo de suas atividades”, afirmou Celso Lafer mostrando seu agradecimento.

Teoria e Prática

Celso Lafer e a diretora do IRI

Em seu discurso, Lafer disse que na sua vida como professor da Universidade, iniciada em 1971, empenhou-se em conferir aos estudos das relações internacionais um patamar apropriado por meio de uma instituição de ensino e pesquisa com vocação multidisciplinar, aberta para a cooperação interunidades. Pois, a ideia que sempre o inspirou foi a de “somar talentos e competências da nossa Universidade – do direito, da economia, da ciência política, da história, para alargar os horizontes do conhecimento acadêmico, contribuindo assim de maneira pluralista, porque a realidade não é única, mas múltipla”.

Lafer falou das suas atividades de docente e pesquisador, tanto na Faculdade de Direito como no IRI, Unidades nas quais ofereceu na pós-graduação, respectivamente, o primeiro curso de relações internacionais, em 1973, e “Temas Fundamentais de Relações Internacionais”, em 2010.

E também citou seu trabalho na diplomacia brasileira e no Itamaraty, como por exemplo, a participação na Conferência Rio-92, a oportunidade de ser embaixador e ter vivido o início da Organização Mundial do Comércio (OMC), atividades que, segundo Lafer, também podem justificar o recebimento do título de professor emérito. Porque, antes desta atuação iniciada em 1992, “conhecia os assuntos, mas não tinha prévio domínio nem da prática diplomática nem do funcionamento do Itamaraty e do Executivo”.

“Este título é outorgado a um professor intelectual que é referência nas relações internacionais e é fundamental para o pensamento desta área. E é uma honra homenagear um dos maiores intelectuais de minha geração”, disse a diretora do IRI, Maria Hermínia Tavares de Almeida, sobre a concessão aprovada em sessão da Congregação da Unidade em 08 de dezembro de 2011 e encerrando os discursos da cerimônia, que teve fim com uma apresentação musical.

Em sessão realizada no dia 20 de junho, o Conselho Universitário também aprovou a concessão do título de professor emérito para Celso Lafer. Este título é uma distinção concedida, segundo o artigo 93 do Estatuto da USP, a professores aposentados, que se destacaram por atividades didáticas e de pesquisa ou contribuído, de modo notável, para o progresso da Universidade; cuja concessão depende de aprovação de dois terços, respectivamente, dos componentes do Conselho Universitário ou das Congregações

O evento foi prestigiado por professores e dirigentes da USP, entre eles também alguns professores eméritos como Antonio Candido e Alfredo Bosi, ambos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH); autoridades do meio jurídico, como o produrador-geral do Estado de São Paulo, Elival da Silva Ramos; além de embaixadores do Brasil, como Clodoaldo Hugueney Filho e Sinésyo Sampaio Goes Filho.

(Fotos: Ernani Coimbra)


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