Escola de Física Contemporânea busca talentos do ensino médio

Projeto aproxima jovens alunos dos cientistas e professores do Instituto de Física de São Carlos da USP

 12/04/2019 - Publicado há 5 anos
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jorusp

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Instituto de Física de São Carlos (IFSC), no campus da USP em São Carlos, interior do Estado de São Paulo – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A Escola de Física Contemporânea é uma porta para o futuro profissional de jovens alunos do ensino médio, com cientistas e professores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP. São aulas expositivas e experimentais, palestras sobre temas atuais de Física, visitas monitoradas às oficinas e aos laboratórios de ensino e pesquisas do Instituto (um dos maiores centros de pesquisa multidisciplinar da América Latina), além da possibilidade de conhecer indústrias de tecnologia de ponta que nasceram dentro dos laboratórios da USP.  Pela escola já passaram jovens que hoje são cientistas nas mais variadas áreas do conhecimento e que estão ao serviço de instituições públicas e privadas. Para falar sobre a oportunidade, o Jornal da USP no Ar conversou com o professor Luís Gustavo Marcassa, presidente da Comissão de Graduação do IFSC da USP.

De acordo com o professor, a iniciativa tem quase 20 anos de história e surgiu como uma ideia em conjunto. “É uma maneira de atrair jovens talentos que possuem interesse em física e em ciências em geral.” O evento acontece todos os anos durante as férias de inverno e apresenta “várias atividades que vão ocupar o horário desses possíveis talentos, desde manhãzinha até tarde da noite”. Este ano, a semana acontece de 30 de junho a 6 de julho.

“Os estudantes chegam com uma visão idealizada do que é a Universidade e o curso de Física”, afirma Marcassa. Ao longo da semana, eles têm contato com temas de ensino médio em maior nível, com mais profundidade. Depois, eles passam por palestras sobre tópicos extremamente atuais. Por fim, “vão ao laboratório para realmente fazer experimentos e ver por que a física é uma ciência natural”, além de realizar um seminário. “Não basta fazer um trabalho científico, você precisa comunicar esse trabalho na forma escrita e de forma falada. Então eles fazem uma apresentação curta, com direito a 15 minutos de perguntas dos nossos docentes.”

O presidente da Comissão de Graduação comenta sobre o distanciamento da sociedade quanto à ciência, como se esta não tivesse uma aplicação mais cotidiana. O exemplo foi a imagem do buraco negro, divulgada nesta quarta-feira: “O que a pessoa não percebe é que, por exemplo, a tecnologia necessária para fazer isso, a computação, é uma coisa tão sofisticada e tão poderosa que eu tenho certeza que ela vai encontrar o seu caminho em aplicações mais práticas”.

Outro exemplo é o computador quântico. “A quantidade de dinheiro que países desenvolvidos, EUA, Europa, China, estão colocando para o desenvolvimento de computador quântico envolve muitos bilhões de dólares” e isso não envolve apenas a segurança de senhas de banco, tem aplicação que vai muito além do cotidiano. “Isso vai ajudar a projetar materiais supercondutores. Se existisse atualmente, tudo a nossa volta ia encolher drasticamente e consumir uma quantidade mínima de energia” e isso poderia criar um carro muito mais eficiente, movido à eletricidade e sem resistência.

Marcassa comenta sobre uma alteração na grade do curso superior de Física, feita em 2017, para ampliar as oportunidades do mercado de trabalho. Física não se limita a formar professor ou pesquisador. “A intenção é formar uma base forte para o aluno que está interessado em seguir a carreira de físico e, a partir daí, ele passa a decidir a sua própria formação”, visto que 40% do curso é feito a partir de disciplinas optativas.

A inscrição para a Escola de Física Contemporânea vai até o dia 14 de abril e pode ser feita através do site. http://www.ifsc.usp.br/efc/

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