Livro analisa eficácia das edificações a partir de sua utilização

Obra reúne informações sobre avaliação pós-ocupação aplicada para atender necessidades técnicas e funcionais

 28/11/2018 - Publicado há 5 anos

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Arquitetos, urbanistas, engenheiros e designers buscam soluções eficientes ao desenvolver seus projetos. Por isso, uma boa prática a ser adotada é aproveitar lições aprendidas em ambientes construídos e em uso. A avaliação pós-ocupação (APO) é tema de livro organizado por professoras da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. O conceito é bastante reconhecido para a avaliação de desempenho no decorrer do uso de ambientes edificados, espaços urbanos e de objetos e tem despertado interesse não só por visar ao atendimento dos requisitos de desempenho físico, mas também às necessidades dos seus usuários. A publicação traz inúmeros exemplos de aplicação em estudos de caso com diversos níveis de complexidade, desde a habitação até hospitais e museus.

Foto: Divulgação / Editora Oficina de Textos (Clique na imagem para ampliar)

O livro Avaliação Pós-Ocupação: Na Arquitetura, no Urbanismo e no Design – Da Teoria à Prática tem organização das professoras da USP Rosaria Ono, Simone Barbosa Villa, Ana Judite Galbiatti Limongi França e Sheila Walbe Ornstein, que conversou com o Jornal da USP No Ar. Sheila é professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. Apesar de parecer um termo técnico e não comum do cotidiano, a avaliação pós-ocupação é voltada para quem utiliza esses espaços. “O profissional só consegue compreender de forma plena o comportamento dos usuários e as suas necessidades quando observa o seu projeto já edificado e em uso. A proposta da APO é trazer aquilo que é observado, indagado aos usuários e também uma série de medições que nós, arquitetos, urbanistas, engenheiros e designers, fazemos no decorrer do uso para realimentar o projeto e fazer correções efetivas no próprio ambiente em uso”, afirma a organizadora do livro.

Há a recomendação para que o método seja aplicado após 12 meses de uso da edificação devido ao intervalo de tempo permitir que os utilizadores do local tenham presenciado as mais diversas experiências, seja na questão do clima, da condição do seu entorno ou da satisfação das necessidades. “É importante mencionar que é um conjunto de métodos e técnicas para chegar a um diagnóstico bem completo para quem toma as decisões sobre o edifício”, ressalta a professora. Com o cruzamento de estudos técnicos e experiências de quem usufrui do local — um diferencial desse tipo de avaliação —, é possível ponderar sobre as perspectivas que podem ser adotadas.

Além de realizar o diagnóstico, é extremamente necessário ter verba para a manutenção dos espaços e de forma presente, evitando deixar o tempo degradar ainda mais a situação para prevenir problemas. “A ideia é você ter recomendações e associar a prazos, custos e níveis de risco. E com isso você pode não somente resolver uma questão lá na frente, em que terá de investir recursos porque o nível de degradação chegou ao extremo, mas você pode fazer um plano de ação a longo prazo”, conclui Sheila.

O lançamento da obra Avaliação Pós-Ocupação: Na Arquitetura, no Urbanismo e no Design – Da Teoria à Prática será dia 29, quinta-feira, a partir das 19h30, na Livraria Cultura da Avenida Paulista.

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