Exercício físico permite maior controle de asma em obesos

Perda de peso através do exercício diminui ação inflamatória da doença e melhora qualidade de vida do paciente

 18/10/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 22/10/2018 as 12:29

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Um estudo realizado na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) mostrou que obesos com asma submetidos a uma dieta balanceada e a uma rotina de exercícios físicos tiveram uma melhora significativa na função pulmonar e nos medidores inflamatórios da doença. Para esclarecer o estudo, publicado recentemente em revista especializada e premiado em Paris, o Jornal da USP no Ar conversou com a pesquisadora Patrícia Freitas e Celso Ricardo Fernandes de Carvalho, professor de Fisioterapia Respiratória e Fisiologia do Exercício na FMUSP.

Cerca de 50% nos pacientes do Hospital das Clínicas que têm asma são obesos, o que configura diferentes características clínicas quanto a doença e ao tratamento, com maior número de sintomas e necessidade de mais medicamentos, explica o professor. Patrícia afirma que a pesquisa propõe que, além dos medicamentos, esses pacientes sejam submetidos a um programa de perda de peso, associado à prática de exercício físico, uma dieta regulada e acompanhamento psicológico. A iniciativa se diferencia de outros estudos, que utilizavam a cirurgia bariátrica ou medicamentos para diminuir o peso do paciente.

Carvalho revela que o maior ponto de dúvida era qual exercício seria benéfico para obesos com asma. Por isso, foi desenvolvido um treinamento que envolvia a prática de exercício e melhora da massa muscular, em que foram avaliados todos os aspectos da doença – parte inovadora do estudo. Foram 55 pacientes acompanhados por três meses e divididos em dois grupos, um deles submetido a exercícios aeróbios e focados em força, diz a pesquisadora.

O estudo permitiu descobrir que o exercício físico, atrelado ao programa de perda de peso para obesos asmáticos, auxilia no controle clínico da doença e na qualidade de vida, além de melhorar os níveis de ansiedade e depressão. Carvalho comenta que o aumento do condicionamento físico e perda de peso contribuíram para a diminuição da ação inflamatória da asma, processo capaz de beneficiar a saúde do paciente.

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