O Programa de Repatriação de Talentos – Conhecimento Brasil, lançado em 16 de abril, é um projeto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que tem como objetivo estimular o retorno de pesquisadores brasileiros que atuam no exterior e estabelecer parcerias internacionais entre pesquisadores do País com cientistas que estão fora do Brasil. O valor a ser investido em cinco anos é de R$ 1 bilhão.
Além do aumento no valor das bolsas de pesquisas, a proposta inclui oferecer plano de saúde, ajuda na compra de equipamentos e plano de aposentadoria. “Sem dúvida, a fuga de cérebros nos últimos anos tem sido significante e trazer de volta os nossos pesquisadores seria uma grande contribuição para a ciência brasileira”, diz Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudo sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP.
A geneticista pondera que será difícil trazê-los de volta sem oferecer condições melhores do que eles têm no exterior. Na China, por exemplo, vários cientistas chineses muito bem estabelecidos nos Estados Unidos voltaram ao país com condições atraentes. “Se, por um lado, um salário de R$ 10 mil a R$ 13 mil para um jovem doutor que tem uma bolsa de cerca de R$ 5 mil no Brasil significa um ganho substancial, dificilmente atrairá um cientista que ganha cerca de US$ 5 mil por mês (cerca de R$ 25 mil) como pós-doutorando nos Estados Unidos. E sem ter que enfrentar toda a burocracia para importar os reagentes para as suas pesquisas, que aqui pode demorar meses.”
“O Brasil tem que acreditar e investir nos seus cientistas antes que seja tarde”, finaliza.
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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