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O Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) reúne os Estados dessas regiões para fortalecer a cooperação entre seus governos e impulsionar ações socioeconômicas e ambientais no Brasil desde março de 2019. Alex Abiko, professor da Escola Politécnica da USP e coordenador do tema de Desenvolvimento Urbano e Habitacional no Consórcio, explica que o Cosud envolve técnicos e gestores das duas regiões, com o objetivo de discutir assuntos de interesse comum e trocar experiências e soluções para áreas como habitação. 

O professor destaca a importância da troca de experiências entre os governos no sentido de elaborar soluções de longo prazo e preventivas acerca dos problemas habitacionais. “Precisamos ter políticas que sejam de prevenção aos acidentes, porque até agora agimos muito em cima daquilo que aconteceu, e temos percebido que precisamos ter atitudes muito mais eficientes no que diz respeito à preparação em relação aos problemas que já estão acontecendo e vão se tornar cada vez mais frequentes”, afirma o coordenador. 

Problemas habitacionais

Como ponto de partida, Abiko analisa que a problemática não somente envolve a unidade habitacional como também todo um planejamento urbano. “Então, o grupo que se chamava Habitação, a partir dessa última reunião foi renomeado como grupo de Desenvolvimento Urbano e Habitacional”, informa. 

Diante dos recentes temporais nas regiões Sul e Sudeste, a questão principal na discussão foi o impacto das mudanças climáticas na possibilidade e no oferecimento de habitações adaptadas a essa nova realidade. Tendo em vista extensas experiências dos governos, o professor pontua a importante troca de conhecimentos técnicos sobre o tema. 

“Especificamente, o Estado de São Paulo trouxe todo um conjunto de experiências práticas que foram desenvolvidas a partir do desastre que aconteceu no mês de março deste ano, no Litoral Norte”, relembra Abiko. A partir de tal vivência, eventos climáticos semelhantes no Rio de Janeiro e no Paraná podem se beneficiar das lições aprendidas. 

Possíveis políticas 

De acordo com o especialista, o Cosud discutiu uma série de soluções, desde iniciativas provisórias e de teor imediato até políticas de prevenção a tais adversidades habitacionais. No entanto, a maior parte das ações registradas se concentra em cenários pós-desastres, ou seja, políticas de mitigação das consequências. 

Dessa forma, há um grande atraso em relação ao planejamento e prevenção habitacional em que o grupo de técnicos e especialistas do consórcio tem se concentrado em investir. “Na próxima reunião do chamado Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social, o grupo se comprometeu a preparar uma série de ideias, propostas e experiências dentro dessa direção da prevenção”, destaca Abiko. 

Nesse sentido, o professor também ressalta a importância da regularização fundiária, a fim de se quantificar e estudar as habitações para traçar uma solução mais efetiva. O papel das experiências e dados e, sobretudo, a troca desses conhecimentos não somente entre acadêmicos, mas também entre gestores públicos, é chave para a elaboração de melhores políticas públicas em habitação.