Blog

Na coluna Bibliomania desta semana, a professora Marisa Midori fala sobre Bibliodiversidade e Preço do Livro, que será lançado na próxima quarta-feira, dia 9 de março, a partir das 18 horas, na Livraria da Tarde. “Tudo começou em um encontro organizado no IEA/USP (Instituto de Estudos Avançados da USP), em outubro do ano passado. O objetivo, naquela época, era celebrar os 40 anos da Lei Lang na França e, ao mesmo tempo, chamar a atenção da sociedade sobre a importância de debater um projeto semelhante no Brasil”, conta.

Mas por que a regulação do preço do livro é tão relevante?, questiona a professora, e responde: “Em primeiro lugar, porque historicamente a difusão e a comercialização do livro sempre se apresentaram como o calcanhar de Aquiles para a economia editorial. É difícil fazer livros no Centro-Sul do País e escoar esta produção com um preço justo para todo o Brasil. E se a capilaridade é pequena, a tiragem cai, o preço unitário da edição sobe, a clientela diminui e isso vira um ciclo vicioso secular”. A  professora ainda complementa: “Então, quando falamos em regulação do preço do livro, necessariamente estamos abrindo esse debate para a questão da bibliodiversidade – reconhecendo que a palavra comporta muitos significados”.

De modo concreto, diz Marisa, o Projeto de Lei  do Preço Único ou Lei Cortez, que tramita hoje no Senado, com relatoria do senador Jean Paul Prates, propõe o seguinte: “Durante um ano, os descontos sobre os lançamentos serão limitados a até 10% sobre o preço de capa. Na prática, a regulação propõe uma forma de tabelamento do livro, pelo editor. O preço de capa deve ser respeitado pelos livreiros. Mas há uma tolerância, digamos assim. Os descontos não são proibidos, mas ficam delimitados ao percentual máximo de 10%. Então, se um livro custa R$ 100, ele poderá ser vendido por até R$ 90”. Segundo ela, aparentemente, isso é muito ruim, já que todos queremos ter descontos expressivos, mas abre uma outra questão: “Será que o livro que hoje custa R$ 100, não poderia custar 70, ou mesmo 60, se houvesse a regulação do preço?”.

.