O uso de repelentes é mesmo eficaz para a prevenção da dengue?

De acordo com Maria Valéria Robles Velasco, os produtos tidos como protetores devem comprovar segurança e eficácia ou não serão aprovados pela Anvisa

 Publicado: 19/04/2024
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A aplicação do repelente deve ser feita por debaixo da roupa nas áreas que ficam expostas

 

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Com o surto de dengue que o País está atravessando nos 26 Estados e no Distrito Federal, o uso de repelente é fundamental para se prevenir das picadas do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Mas você sabe como comprar? O que é importante ter na composição? A aplicação deve ser feita em qual intervalo de tempo? 

Maria Valéria Robles Velasco – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A maior epidemia de dengue da história do País ultrapassou três milhões de casos prováveis e continua fazendo vítimas. Para controlar a doença, só mesmo acabando com o Aedes aegypti. O uso de repelentes é muito importante no período do verão em função dos insetos da estação, porém, mais do que isso, é a proteção contra doenças como dengue,  zika, chikungunya e febre amarela. A professora de Cosmetologia Maria Valéria Robles Velasco, do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, orienta que a embalagem explica como  garantir “segurança e eficácia”. 

Entre as substâncias ativas  nesses  produtos que estão no mercado, o DEET é uma das mais antigas e usadas até hoje em repelentes, desde 1940, mas, mesmo demonstrando eficácia, o uso do produto em crianças apresenta ressalvas. 

Preocupação com a pele

Existem diversos produtos, inclusive naturais, que são usados como  repelentes, como é o caso da citronela, mas com uma durabilidade menor. Já a icaridina tem um custo muito alto. Todos precisam passar por testes. A preocupação é sempre com a pele das crianças, por isso o controle é bem rigoroso. A aplicação do repelente deve ser feita por debaixo da roupa nas áreas que ficam expostas e, mesmo que seja permitido, o banho de sol deve ser evitado. Deve-se esperar o produto secar e não repeti-lo mais do que três vezes ao dia.

Além dos protetores do corpo, existem os repelentes de ambiente, que normalmente são colocados na parede ou em aerossol. Os ambientes devem ser sempre ventilados. Não existe comprovação que o uso do complexo “B” atue como repelente para  mosquitos, assim como não existe eficácia na vela de citronela. Lembrando que o produto é tóxico e não deve ser ingerido em hipótese alguma, no caso de ingestão, por acidente, a recomendação é procurar ajuda médica imediatamente.  

Além do combate ao mosquito, é importante estar alerta ao aparecimento dos sintomas da dengue. São sinais de alerta: febre alta e/ou persistente; dores musculares e nas articulações; manchas vermelhas (exantema); dor de cabeça ou atrás dos olhos; diarreia e/ou dor forte na barriga; pressão baixa; náusea e vômitos frequentes; agitação ou sonolência; sangramento espontâneo; diminuição da urina; extremidades frias.

Para mais informações sobre a dengue e sobre as formas de prevenção, acesse: www.gov.br/mosquito.

 


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