O que a contestação da lista de leituras obrigatórias da Fuvest revela?

Martin Grossmann comenta as reações suscitadas em alguns veículos a respeito da lista da Fuvest para seus próximos vestibulares, a qual contém somente mulheres autoras

 20/02/2024 - Publicado há 2 meses

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Nesta edição de sua coluna, Martin Grossmann elege como tema as reações provocadas pelo anúncio da Fuvest a respeito da lista de leituras obrigatórias, composta somente por mulheres autoras (Clarice Lispector, Conceição Evaristo, Júlia Lopes de Almeida, Lygia Fagundes Telles, Narcisa Amália, Nísia Floresta, Rachel de Queiroz e as estrangeiras Djaimilia Pereira de Almeida Paulina Chiziane e Sophia de Mello Breyner Andresen) para o seu exame vestibular de 2026 a 2028. Há desde uma carta aberta publicada por um coletivo de professores universitários e críticos literários em um site independente até manifestações mais estridentes, como as publicadas no jornal O Globo e na agência de notícias UOL.

Na elaboração de seu comentário, o colunista se vale, de modo comparativo, a uma visita hipotética a um museu de arte. “Entendo que estamos tratando de complexidades, seja no caso desta visita a um museu ideal,  seja do contexto que gerou essa decisão da Fuvest. Para navegarmos nessa complexidade, temos que contar com metacuradorias. Explico, a ideia de metacuradoria traduz-se numa postura de autocrítica e de comprometimento com a renovação científica, cultural e artística. Isso significa questionar modelos cristalizados, propor questões, pautar debates, levantar dúvidas, abrir-se às demandas da sociedade e dar subsídios à formulação de políticas públicas nessas áreas. Neste caso seriam para as esferas da cultura e da educação”.                                 

Ele prossegue : “Ao meu ver, a Fuvest investiu em uma metacuradoria ao eleger essa seleção de mulheres e assim o fez em sintonia com as diretrizes atuais que conduzem a USP. Trata-se de um gesto ampliativo e não reducionista, como alega a carta-aberta, uma vez que não só explicita uma carência, como também aponta para uma riqueza e diversidade sem fronteiras da literatura de língua portuguesa”.     

                                                                                                                                              


Na Cultura, o Centro está em Toda Parte
A coluna Na Cultura o Centro está em Toda Parte, com o professor Martin Grossmann, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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