Na coluna de hoje (28), o professor Carlos Eduardo Lins da Silva comenta sobre como a mídia tem lidado com mensagens de autoridades que são contrárias aos fatos, tomando como exemplos Jair Bolsonaro e Donald Trump, que, segundo o livro do jornalista Bob Woodward, sempre souberam da gravidade da pandemia de coronavírus e minimizaram sua seriedade. Ele conta que, “durante o século 20, sempre houve uma certa compostura da parte dos jornalistas ao tratar das autoridades máximas de uma nação, e era muito difícil que o jornalismo dissesse com todas as letras que o presidente mentiu. Com Trump, isso começou a mudar e hoje é quase rotineiro para alguns jornais, com a ação de agências de checagem de fatos, por exemplo”.
O mesmo é visto em relação aos pronunciamentos de Bolsonaro, como o da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Woodward também indica que Trump foi egoísta ao mentir sobre a gravidade da pandemia, pois, se tivesse admitido antes, poderia ter salvado vidas, e que as informações obtidas e publicadas em seu livro revelam essa atitude. Lins da Silva conclui então que os dilemas causados pelas mentiras de autoridades ocorrem tanto no jornalismo diário quanto no de livros como o do jornalista americano.
Já em relação às mídias brasileiras, o professor considera que a imprensa ainda lida de forma incipiente com os posicionamentos de Bolsonaro, mas que o comportamento de alguns jornais daqui já se assemelha a alguns vistos no exterior no que diz respeito a “chamar de mentira o que é mentira”. Saiba mais ouvindo a entrevista na íntegra na coluna Horizontes do Jornalismo.
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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