Nesta semana, um dos expoentes dos crimes nas guerras dos Balcãs foi condenado, motivo de celebração para os direitos humanos. Ratko Mladic foi general do exército sérvio durante a Guerra da Bósnia (1992-1995), um dos maiores massacres na Europa no pós-guerra. O “açougueiro da Bósnia”, como ficou conhecido, foi indiciado pelo Tribunal Penal Internacional e condenado à prisão perpétua.
“Os advogados de Mladic tentaram recorrer da sentença em 2017, alegando que ele não poderia ser punido por ações de seus subordinados”, explica a professora Marília Fiorillo em sua coluna Conflito e Diálogo. “Esse argumento, que é tão imoral quanto tortuoso, foi demolido, agora a decisão é irreversível”, acrescenta.
O ex-general, aliado a outros criminosos de guerra, também condenados, foi um dos idealizadores do genocídio da guerra na região dos Balcãs, que causou 100 mil mortes e milhões de refugiados. “Vinte e seis anos depois, ainda ecoam as cenas que nós vimos de trens lotados de fugitivos, uma imagem que imediatamente remetia, na Europa, à lembrança dos trens da morte dos nazistas durante a Segunda Guerra”, comenta Marília.
“A conclusão em condenação dos juízes foi unânime, embora valha lembrar que a extrema-direita sérvia continua devota desses criminosos, glorificados como heróis da Grande Sérvia”, diz. “Mas a justiça, tão minguada atualmente, prevaleceu”, completa.
Conflito e Diálogo
A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar quinzenalmente sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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