Antes da extinção, o ser humano deveria se preocupar com a autoextinção

José Eli da Veiga comenta manifesto das grandes empresas de tecnologia, no qual alertam para a possibilidade da extinção do ser humano, quando o mais provável seria a autoextinção

 08/06/2023 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 13/06/2023 às 13:36

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José Eli da Veiga aproveita as comemorações em torno da Semana Mundial do Meio Ambiente para abordar um tema que foi sugerido pelo noticiário e que tem a ver com o alerta que um grupo de grande operadores da chamada inteligência artificial emitiu, na forma de documento, sobre a extinção da humanidade. Diz o colunista que, se tudo correr bem, na melhor das hipóteses, o fim da aventura humana na Terra pode ser que seja da ordem dos bilhões de anos, “mas com certeza a nossa existência como espécie está absolutamente ligada à história do Sol e basta pegar algum manual de cosmologia para saber que o Sol não será eterno, então, mesmo que grandes bilionários estejam planejando uma fuga para Marte ou coisa parecida, a extinção da humanidade está absolutamente ligada à história do Sol, que é previsível, os cosmólogos já disseram”.

Na verdade, para Eli da Veiga, a preocupação maior do ser humano deve ser com sua autoextinção, que ele pode precipitar, visto que para tanto existem diversas possibilidades. “A mais provável, e é incrível que as pessoas tendam a deixar isso meio de lado, é a questão do uso de armas nucleares, porque seria muito mais rápido e imediato do que qualquer dos desafios ambientais, seja o climático, perda de biodiversidade, o que for, tem uma lista aí de pelo menos uns nove grandes desafios ambientais, qualquer um deles demoraria muito mais tempo para ser responsável por uma autoextinção da humanidade do que o uso do arsenal nuclear. Então, eu fico assim até um pouco chocado com a maneira como as pessoas começam a discutir esse manifesto que eu citei, do fim de maio, que causou um monte de colunas nos jornais e uma com mais bobagem que a outra, porque dá a impressão que as pessoas nunca pensaram nisso.”

Para finalizar sua coluna, e para aqueles mais interessados no tema, ele cita aquele que, em sua opinião, é o melhor livro sobre o assunto: O Tempo das Catástrofes. Quando o Impossível é uma Certeza, de Jean-Pierre Dupuy, lançado no início dos anos 2000, com uma tradução para o português publicada, aqui no Brasil, em 2011.


Sustentáculos
A coluna Sustentáculos, com o professor José Eli da Veiga, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção na Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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