Saúde Sem Complicações #56: Como é o desenvolvimento de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo

Psiquiatra fala sobre a dificuldade de diagnóstico, que só é seguro a partir dos 4 anos de idade, e sobre a necessidade de educação escolar

 04/05/2021 - Publicado há 4 anos
Saúde sem complicações - USP
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Saúde Sem Complicações #56: Como é o desenvolvimento de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo
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O podcast Saúde Sem Complicações desta semana recebe o psiquiatra Erikson Felipe Furtado, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, para falar sobre como identificar o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e como se dá o desenvolvimento nessas crianças. Na entrevista, o médico explica o que é esse transtorno e esclarece dúvidas sobre seu diagnóstico.    

O que é o Transtorno do Espectro do Autismo e como é feito seu diagnóstico

“É um problema do neurodesenvolvimento”, afirma o médico, dizendo tratar-se de condição que engloba dificuldades na comunicação e interação social, além de determinados padrões comportamentais atípicos, como a repetição, característica aparente já na infância. Informa ainda que a síndrome de Asperger também faz parte do transtorno. 

O professor conta que não há idade exata para diagnóstico do TEA, mas que a observação é mais segura a partir dos 4 anos de idade. Além disso, Furtado lembra que há possibilidade de diagnóstico errado para quadros de crianças com características semelhantes às do TEA. O diagnóstico, alerta, exige especialistas da saúde treinados na área.  

Nesse sentido, também afirma não ser possível especificar as brincadeiras e os interesses que despertam o envolvimento e a fixação típica das crianças autistas. Para o professor, “algumas vezes nós podemos ver, por exemplo, crianças que têm uma curiosidade que chama atenção relacionada a certos estímulos sensoriais”, como “sons, cores, luzes e sensações táteis”.

Mas, como dica, Furtado diz que pessoas com TEA são mais difíceis de expressar emoções. Frequentemente, conta, “apresentam outras dificuldades intelectuais”, como limitações no desenvolvimento de habilidades escolares: “A capacidade de aprender coisas novas pode estar muito limitada em algumas crianças”, mesmo naquelas que possuem forte interesse e envolvimento por determinados temas. Segundo o especialista, essas adversidades também podem dificultar o diagnóstico do transtorno, como é o caso de indivíduos com deficiência intelectual serem diagnosticados com TEA ou, ao contrário, pessoas autistas receberem diagnóstico de alguma deficiência intelectual.

Furtado adianta que existem três grupos: indivíduos com TEA e limitações intelectuais globais, pessoas com transtorno e dificuldades cognitivas e sociais e aqueles que pertencem às duas classificações e possuem habilidades intelectuais restritas. Furtado também comenta com o ouvinte sobre a importância da escola para crianças autistas. 

Os ouvintes podem enviar sugestões de temas e comentários para o e-mail: ouvinte@usp.br


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