No podcast Minuto Saúde Mental desta semana, o psiquiatra Rafael Sanches, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, fala sobre o tratamento do transtorno de borderline nos dias atuais e enfatiza que é preciso ajustar “as expectativas em relação ao tratamento de pessoas com transtorno de personalidade borderline”.
Informa Sanches que o psiquiatra pode tratar os “sintomas alvo”; se o paciente apresentar mais queixas depressivas em um determinado momento, utilizar uma medicação antidepressiva. Já os que apresentam muita impulsividade podem se beneficiar do tratamento com medicações conhecidas como estabilizadores de humor.
Além disso, adianta o médico, são frequentemente utilizados antipsicóticos em doses baixas, medicações com o objetivo de reduzir as alterações de humor, a hipersensibilidade aos eventos do ambiente e a impulsividade, características mais marcantes do transtorno.
De acordo com o psiquiatra, no transtorno de personalidade borderline, como acontece nos transtornos de personalidade em geral, as medicações podem auxiliar na redução de sintomas, mas não resolvem os problemas enfrentados pelos pacientes e, usadas de forma isolada, não melhoram a qualidade de vida. Portanto, ele conclui que o tratamento ideal do transtorno borderline hoje em dia é visto como um tratamento multidisciplinar, com diferentes profissionais cuidando das várias manifestações de cada paciente individualmente.
Minuto Saúde Mental
Apresentação: João Paulo Machado de Sousa
Produção: João Paulo Machado de Sousa e Jaime Hallak
Coprodução e edição: Rádio USP Ribeirão
Coordenação: Rosemeire Talamone
Apoio: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Translacional, iniciativa CNPq e Fapesp
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