No podcast Minuto Saúde Mental desta semana, o professor João Paulo Machado de Sousa fala sobre a confusão entre depressão e tristeza. Com informações do psicólogo Ildebrando Moraes de Souza, o professor diz que não é raro ouvirmos alguém falar que “fulana está deprimida porque alguém querido morreu” ou “sicrano está deprimido porque perdeu o emprego”. Segundo informações do psicólogo, diz Sousa, embora seja possível que a depressão seja percebida a partir de um acontecimento ruim na vida das pessoas, o mais provável é que quem está descrevendo tais situações esteja falando que a fulana e o sicrano estão tristes como resultado das experiências que tiveram, e não deprimidos de fato.
“Ouça e guarde a seguinte informação: tristeza é uma emoção perfeitamente normal para todas as pessoas, inclusive as crianças, e é uma resposta à vivência de perdas ou frustrações. Como todas as demais emoções, por mais intensa que seja ela tende a perder força conforme nos afastamos do evento que nos entristeceu. Mesmo desagradável, a tristeza é parte natural da nossa vida.”
Já a depressão, diz, é um transtorno que nem todos vivenciarão e que, mesmo podendo incluir a tristeza como um dos elementos de seu conjunto diagnóstico, se diferencia dela pela sua duração, gravidade e necessidade de acompanhamento profissional. A depressão pode ou não contar com uma situação disparadora, costuma alterar por um período prolongado os padrões de sono, alimentação e os interesses individuais (inclusive os afetivos), afeta o funcionamento do organismo e, por isso mesmo, às vezes precisa contar com os recursos de medicamentos e psicoterapia.
“Diferenciar tristeza e depressão é importante tanto para não tratar como doença uma situação normal quanto para não subvalorizar uma situação que pode ser grave e trazer sérios prejuízos a quem de fato sofre do transtorno.”
Minuto Saúde Mental .
Apresentação: João Paulo Machado de Sousa
Produção: João Paulo Machado de Sousa e Jaime Hallak
Coprodução e edição: Rádio USP Ribeirão
Coordenação: Rosemeire Talamone
Apoio: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Translacional, iniciativa CNPq e Fapesp