Minuto Saúde Mental #42: A realidade dos hospitais psiquiátricos no Brasil mudou, mas ainda há um longo caminho para o atendimento ideal

Em 2001 foi iniciada a reforma psiquiátrica no Pais com o objetivo de acabar com os manicômios e estabelecer serviços ao mesmo tempo mais humanos e profissionais sem privar o indivíduo do contato com a comunidade

 02/12/2021 - Publicado há 2 anos
Minuto Saúde Mental - USP
Minuto Saúde Mental - USP
Minuto Saúde Mental #42: A realidade dos hospitais psiquiátricos no Brasil mudou, mas ainda há um longo caminho para o atendimento ideal
/

No podcast Minuto Saúde Mental desta semana, o professor João Paulo Machado de Sousa conta brevemente sobre o funcionamento dos hospitais psiquiátricos no Brasil. Durante alguns séculos, os hospitais psiquiátricos, ou manicômios como eram chamados, funcionaram mais como depósitos de pessoas em sofrimento mental (não necessariamente doentes) do que como locais de tratamento propriamente dito, e muitos ainda devem se lembrar de reportagens em revistas e na TV sobre as condições degradantes dos hospícios brasileiros nas últimas décadas do século XX.

Em um livro de 2013 que deve virar filme no ano que vem, a jornalista Daniela Arbex descreve o que chamou de “holocausto brasileiro”, referindo-se à morte e ao sofrimento imposto aos pacientes daquele que foi o maior hospício do país: o Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais.

Felizmente, a realidade dos hospitais psiquiátricos mudou muito de lá pra cá e, embora eles ainda sejam alvo de críticas, não recebem mais pessoas sem diagnósticos estabelecidos ou que deverão ficar lá para sempre. Em 2001, foi iniciada oficialmente no País a reforma psiquiátrica, um movimento determinado legalmente que tinha como objetivo acabar com os manicômios e estabelecer serviços ao mesmo tempo mais humanos e profissionais sem privar o indivíduo do contato com a comunidade.

Certamente ainda existe um longo caminho a ser percorrido até que as pessoas que necessitam de internação psiquiátrica tenham o atendimento ideal, mas muitos progressos foram feitos e a realidade destes hospitais no Brasil é hoje muito diferente da rotina de negligência, maus tratos e isolamento de poucas décadas atrás.

 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.