No Curioso por Ciência desta semana o tema é a relação entre transtornos alimentares, como bulimia e compulsão alimentar, e o consumo de bebidas alcoólicas e como esses comportamentos se conectam e podem impactar a saúde física e mental das pessoas, especialmente das mulheres.
Segundo Isabelle Rodrigues, do Dr. Fisiologia, a bulimia nervosa e o transtorno da compulsão alimentar são distúrbios que afetam o controle alimentar e, muitas vezes, estão associados a comportamentos como impulsividade e falta de controle. Isso acontece porque tanto o consumo exagerado de comida quanto de bebida têm sintomas parecidos, como a dificuldade de controlar impulsos e até comportamentos autodestrutivos.
Para entender esse processo, Lívia Dayane Sousa Azevedo, no mestrado Compulsão alimentar em mulheres: padrão do consumo de bebidas alcoólicas e qualidade da alimentação, analisou pacientes de quatro serviços que prestam assistência a pacientes com transtornos alimentares no Estado de São Paulo. Ao todo 50 mulheres que sofrem de bulimia nervosa ou compulsão alimentar participaram do estudo. A maioria delas era de mulheres jovens, com cerca de 35 anos, e muitas estavam com excesso de peso e com um risco de problemas do coração muito elevado. Das 50 mulheres, 29 apresentaram consumo problemático de bebidas alcoólicas, além de menor qualidade da alimentação e baixo consumo de vegetais.
Essas mulheres estavam bebendo em excesso e, como resultado, a qualidade da alimentação era pior quando comparadas às mulheres que não fazem uso de bebidas alcoólicas. Esse comportamento alimentar de consumir menos vegetais e outros alimentos saudáveis pode agravar ainda mais o quadro de saúde dessas mulheres.
Os resultados mostraram que mulheres que já estão lutando contra bulimia ou compulsão alimentar correm ainda mais riscos quando o consumo de álcool entra na equação. Por isso, é importante que essas condições sejam identificadas e tratadas o mais cedo possível. Detectar e tratar o uso problemático de álcool em pessoas com transtornos alimentares podem fazer uma grande diferença na recuperação dessas mulheres. O acompanhamento de profissionais da saúde é crucial para garantir que o tratamento seja completo, abordando tanto a saúde mental quanto física.
Lívia defendeu seu mestrado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP pelo programa de pós-graduação em Nutrição e Metabolismo em 2021, orientada pela professora Rosane Pilot Pessa.
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