“Desenvolvi toda a minha carreira na USP e estou satisfeito por isso. Sou de meados do século passado, tive colegas como Antonio Candido e Antônio Delfim Netto, e o que eu aprendi ao longo desses sessenta anos é que a USP é uma das boas universidades do mundo. Ponto final. Qualquer que seja a maneira de avaliar a qualidade das mais de 10 mil instituições que existem no mundo, a USP está sempre entre o 1% ou os 2% das melhores.”
Assim, o Professor Emérito e ex-reitor da USP e atual presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), José Goldemberg, resumiu seu orgulho em fazer parte do corpo docente da Universidade.
O depoimento (assista à íntegra no vídeo ao final desta matéria) foi dado durante o encontro de integração dos docentes da USP contratados nos últimos dez anos com os dirigentes da Universidade, promovido no início do mês de julho.
Aos 90 anos, Goldemberg ressaltou que a Universidade ganhou muito com a autonomia financeira conquistada durante a sua gestão como reitor, no final da década de 1980, e que a instituição se transformou ao longo dos anos, tornando-se mais interdisciplinar e internacional. “O que a USP oferece são as condições para que os pesquisadores possam desempenhar o seu papel adequadamente. Nenhuma faculdade particular tem as condições laboratoriais, as condições de pesquisa ou as oportunidades de cooperação internacional que temos aqui. E conhecer o mundo é muito importante, não só para observarmos onde está a fronteira da ciência, mas também para vermos onde nós estamos nessa fronteira. Porque a fronteira da ciência não está toda lá fora, parte dela está aqui. Qualquer cientista de qualquer área precisa saber disso e identificar localmente as áreas de pesquisa que não estão sendo desenvolvidas lá fora. As pessoas precisam aproveitar essas magníficas oportunidades que a USP oferece e fazer bom uso delas”, explicou.
Goldemberg também enfatizou o papel da Universidade e o que ela retribui para a sociedade em troca do investimento nela depositado: “Podemos dar respostas mais sofisticadas, mas há um argumento irrefutável: 300 mil pessoas passaram pelos bancos da USP e se tornaram o sustentáculo da atividade econômica, política e social não só do Estado de São Paulo, mas do Brasil. Pessoas que foram nossos alunos e hoje são grandes líderes, presidentes de importantes organizações”.
“Nós conseguimos criar aqui uma instituição permanente – o que não é comum no Brasil – e que melhorou consideravelmente em relação ao passado. Ainda temos problemas, mas os docentes que entram na USP continuam tendo excelentes perspectivas pela frente”, concluiu o ex-reitor.