A cerimônia de inauguração da nova sede do Núcleo de Pesquisa das Novas Tecnologias de Comunicação Aplicadas à Educação (Nace Escola do Futuro) foi realizada no dia 26 de maio. O novo espaço está localizado no segundo andar do prédio do Centro de Difusão Internacional (CDI), na Cidade Universitária, em São Paulo.
O evento contou com a presença do reitor Marco Antonio Zago, do vice-reitor Vahan Agopyan, do diretor da Escola de Comunicações e Artes (ECA), Eduardo Monteiro, e de vários dirigentes, professores, pesquisadores e representantes de órgãos governamentais e da iniciativa privada.
“Hoje, temos a tecnologia como um grande mediador da vida social, pautada na internet das coisas, no big data e na inteligência artificial. Se não dominarmos isso, não conseguiremos avançar. A conectividade contínua está levando a uma reconfiguração das relações sociais, em todos os níveis, e a educação faz parte desse pacote”, afirmou a coordenadora da Escola do Futuro, Brasiliana Passarelli.
Para o vice-reitor Vahan Agopyan, “o que nós estamos testemunhando hoje é uma vitória da persistência de pessoas que sonham e acreditam que seus sonhos possam mudar a realidade. Cabe a todos nós fazer com que a sociedade entenda a importância da educação e que pressione nossos governantes a mudar as políticas públicas. Somente através da educação avançaremos”.
A Escola do Futuro, que ocupa a nova sede desde abril deste ano, possui dois espaços principais para o desenvolvimento de novos projetos de pesquisas. Um deles é o “Inventando Futuros Room”, cuja ideia é abrigar rodas de parceiros, workshops, cursos livres e encontros acadêmicos. O outro é o “Inventando Futuros Lab”, um laboratório compartilhado para experimentações e desenvolvimento de startups.
Inovações aplicadas ao ensino
A Escola do Futuro tem sua origem no Laboratório de Tecnologias de Comunicação, criado em 1989 no Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA, sob a coordenação de Fredric Michael Litto, com a proposta de explorar e implementar novos métodos e tecnologias, em diferentes estratégias educacionais.
Em 1993, instituiu-se como um Núcleo de Apoio à Pesquisa, e passou a ser subordinado à Pró-Reitoria de Pesquisa. A partir de 2014, a Escola tornou-se um Núcleo de Apoio às Atividades de Cultura e Extensão Universitária (Nace), vinculando-se à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária.
O professor emérito da ECA, hoje aposentado, Fredric Litto contou um pouco da trajetória da Escola do Futuro e como, desde o início, ela já se voltava para a compatibilização da pesquisa acadêmica com ações práticas, disseminando suas descobertas e metodologias e atuando em parceria com diversos órgãos governamentais e iniciativa privada.
“Nas universidades públicas, é muito difícil um laboratório da área de Humanidades, com uma abordagem tecnológica, sobreviver por tanto tempo, por isso tenho muito orgulho da Escola do Futuro”, afirmou Litto.
“Agora a Escola do Futuro precisa ganhar escalabilidade, os projetos do núcleo não devem se restringir à USP e ao Estado de São Paulo. Nós temos que procurar as secretarias da educação para levar os projetos aos municípios, principalmente àqueles mais carentes, com maiores índices de analfabetismo. Em termos de educação, ou o Brasil faz uma transformação radical ou vamos continuar como um País semianalfabeto. E não é com a educação tradicional, atrasada e arcaica que vamos mudar o Brasil”, acrescentou o professor da Universidade de Brasília e co-fundador da Escola do Futuro, Manuel Marcos Maciel Formiga.
(Fotos: Marcos Santos / USP Imagens)