Cinemateca exibe filme sobre arte e fé nos cemitérios

Com direção de Marcos Rogatto e roteiro da jornalista Patrícia Ogando, formada pela USP, obra será apresentada nesta quarta-feira, às 19 horas

 15/08/2023 - Publicado há 9 meses
Detalhe do cartaz de divulgação do filme Cemitérios: Territórios de Fé e Arte – Foto: Reprodução

 

O documentário Cemitérios: Territórios de Fé e Arte será exibido na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, nesta quarta-feira, dia 16, às 19 horas. Com 14 minutos de duração, o filme explora a arte e a religiosidade presentes em três cemitérios do Estado de São Paulo: o da Consolação, na capital, o Israelita, em Cubatão, e o da Saudade, em Campinas. Com direção de Marcos Rogatto, a obra tem roteiro da jornalista Patrícia Ogando, formada pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Após a sessão, haverá debate com a participação de Rogatto, de Patrícia e da diretora convidada Paula Sacchetta, que falarão sobre a produção de documentários no Brasil e a importância dos cemitérios como patrimônio cultural.

Marcos Rogatto, diretor do filme – Foto: Arquivo pessoal

Lançado neste ano, Cemitérios: Territórios de Fé e Arte aborda aspectos estéticos e arquitetônicos dos túmulos construídos nos cemitérios e os ritos devocionais realizados por diferentes denominações religiosas naqueles espaços. “O documentário retrata peculiaridades como arte tumular, a presença dos ‘milagreiros’ beatificados pela crença popular, rituais das religiões de matrizes africanas e segregação religiosa”, afirma o diretor Marcos Rogatto. “São territórios ricos em história e importante legado, que deve ser valorizado e preservado.”

Cartaz de divulgação da exibição de Cemitérios – Territórios de Fé e Arte – Foto: Reprodução

O Cemitério da Consolação, em São Paulo, é conhecido por abrigar as sepulturas de personalidades como artistas, intelectuais e escritores, como Monteiro Lobato. Fazendeiros, comerciantes e industriais que fizeram parte de diferentes ciclos econômicos do Brasil também foram enterrados ali. Turistas e estudiosos são atraídos a esse cemitério pelos exemplos de arte tumular. Nele, esculturas e obras de arquitetura narram as histórias de artesãos, imigrantes italianos e portugueses que eram marmoristas em seus países de origem, como informa o texto de divulgação do filme, de autoria da assessoria de imprensa da produção.

O Cemitério da Saudade, em Campinas, é o maior cemitério municipal da cidade. Situado no bairro Ponte Preta, ele abriga mais de 3 mil sepulturas tradicionais e é marcado por elementos arquitetônicos concebidos pelo engenheiro e arquiteto Ramos de Azevedo (1851-1928). Ainda de acordo com o texto da assessoria, o local acolhe os restos mortais de figuras emblemáticas naquela cidade, como o escravo Toninho e a prostituta Maria Jandira, que, marginalizados em vida, agora atraem legião de devotos e recebem milhares de visitas anualmente.

Por sua vez, o Cemitério Israelita de Cubatão, datado de 1929, abriga lápides de mulheres conhecidas como “polacas”. Muitas dessas mulheres chegaram ao Brasil ainda jovens, com a promessa de casamento e segurança em uma nova terra. Ao chegarem, eram forçadas à prostituição na região portuária de Santos. Esse capítulo obscuro da história é pouco conhecido, mas é resgatado no documentário.

A exibição do filme Cemitérios: Territórios de Fé e Arte será nesta quarta-feira, dia 16, às 19 horas, na Cinemateca Brasileira (Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino, em São Paulo). Entrada grátis.


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